"Eu sou o que me cerca. Se eu não preservar o que me cerca, eu não me preservo".
José Ortega y Gasset

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Pesquisador Nelson defende sua tese em Desenvolvimento Regional

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No dia 21 de agosto o pesquisador do grupo Nelson Afonso Garcia Santos defendeu sua tese de doutorado em Desenvolvimento Regional cujo título é: Tecnologia social e economia solidária contra o desenvolvimento capitalista brasileiro: lições do desenvolvimento local sustentável cubano

Segundo Nelson, o desenvolvimento é um conceito fortemente presente e de fundamental importância no pensamento contemporâneo. Ele se tornou objeto de desejo de amplos setores do espectro político internacional e atrai adeptos de diferentes matizes ideológicas, unificando ricos e pobres em torno de si. Ele é como um ethos que paira sobre quase todas as sociedades e, também, um ponto de chegada que deve ser alcançado. Ele se tornou o responsável pela felicidade humana: “Povo feliz é povo desenvolvido!”. Isso significa que ele foi fetichizado, ou seja, que se atribuiu a ele um poder que ele, verdadeiramente, não tem. Neste estudo, mostraremos que o fetiche do desenvolvimento é uma construção histórica para que o entenda como um conceito neutro, dissociado da organização capitalista de produção, voltado para o bem, para o melhor, para a perfeição. Para que se realize de forma linear e progressiva, há que se ter outra noção também fetichizada: a da tecnologia. Por uma perspectiva não crítica, a tecnologia é entendida como parte de um processo evolutivo. Assim, a tecnologia atual é sempre superior à tecnologia anterior, e a tecnologia que está por vir será sempre melhor que a tecnologia atual. É nessa sucessão de avanços tecnológicos que, aparentemente, repousa o desenvolvimento da sociedade. Entretanto, não é bem assim. Mostraremos que por trás do conceito de desenvolvimento se oculta um processo que é desigual, injusto e gera alto impacto ambiental. Contra a visão fetichizada do desenvolvimento serão apresentadas abordagens críticas do desenvolvimento. E contra a visão fetichizada da tecnologia serão apresentadas perspectivas críticas da tecnologia. Ver-se-á que convergem para os movimentos da tecnologia social, da economia solidária e do desenvolvimento local. A aproximação destes três movimentos contribui para a construção de alternativas ao aparato produtivo baseado nas tecnologias convencionais que tem impulsionado o desenvolvimento capitalista. A pesquisa revelou que é possível distinguir entre a tecnologia capitalista e a tecnologia social. É possível falar em tecnologia socialista? Para responder a esta questão, deu-se outro momento da investigação, que contemplou a busca de dados sobre a realidade socioeconômica e científico tecnológica de Cuba. Considerando sua história, tanto a etapa revolucionária quanto o período pós-revolucionário, com o recurso à pesquisa bibliográfica e documental, assim como, à realização de uma pesquisa de campo com a realização de entrevistas, pode-se identificar que aquele país tem se empenhado em implantar um “desenvolvimento local sustentável”, assentado em um processo de produção baseado em gestão cooperativa e adequação tecnológica. Os resultados apontam que os princípios da economia solidária e da tecnologia social adotados no Brasil se aproximam dos princípios que informam o desenvolvimento local sustentável cubano. Mas existem especificidades próprias do desenvolvimento local sustentável cubano como, por exemplo, a existência de um Fórum de Ciência e Técnica e a atuação da universidade voltada para a solução de problemas da comunidade local por intermédio da ciência, tecnologia e inovação. Três casos exitosos da relação entre universidade e desenvolvimento local podem explicitar essa realidade, permitindo verificar a relevância da universidade na melhoria da qualidade de vida das comunidades locais. 

Palavras-chave: Brasil. Cuba. Desenvolvimento. Desenvolvimento local sustentável. Economia solidária. Tecnologia social.

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