"Eu sou o que me cerca. Se eu não preservar o que me cerca, eu não me preservo".
José Ortega y Gasset

domingo, 22 de setembro de 2019

Participação do GPHAVI na 13º MIPE FURB.

Aconteceu entre 18 e 20 de setembro de 2019 a MIPE FURB, e o GPHAVI teve seis 6 estudantes que apresentaram seus resultados das Iniciações Científicas. Essas pesquisas foram desenvolvidas através dos recursos da Secretaria de Educação do Estado de Santa Catarina, através dos artigos 170 e 171, pelo PIPe (1 estudantes) e FUMDES (2 estudantes); E pelos programa PIBIC-CNPq-EM (1 estudante), PIBIC-CNPq (1 estudante) e PIBIC-FURB (1 estudante). As pesquisas abordaram os temas da Tecnologia Social e a Consciência AmbientalHistória do Desenvolvimento e Sustentabilidade no entorno de um Parque NacionalHistória da relação sociedade, tecnologia e natureza na produção do Arroz; E análise do acervo do laboratório do GPHAVI. 

Parabéns a todos os envolvidos: os pesquisadores Gilberto Friedenreich dos Santos, Martin Stabel Garrote, Vanessa Dambrowski, Nelson Afonso Garcia Santos, Ana Paula Tabosa dos Santos Sanches, e aos estudantes bolsistas que participaram do processo da pesquisa e apresentaram os estudos Letícia Dickmann, Manuela Buzzi, Ana Carolina Rodrigues, Juliano João Nazário, Kayuã Girardi e João Henrrique Tomio

Veja como foi....

Através do PIBIC CNPq Ensino Médio, a estudante da Escola Técnica do Vale do Itajaí Letícia Dickmann, com orientação do pesquisador Nelson Afonso Garcia Santos, apresentou o trabalho:
TECNOLOGIA SOCIAL E ECOLOGISMO: LIMITES E POTENCIALIDADES A PARTIR DA ANÁLISE DE EXPERIÊNCIAS IDENTIFICADAS NA FUNDAÇÃO BANCO DO BRASIL Letícia Dickmann; Nelson Afonso Garcia Santos 
Estudante Letícia Dickmann - ETEVI - FURB
Letícia e Nelson 13 MIPE 2019
Com o objetivo de demonstrar que pela implantação de projetos que realizam Tecnologia Social (TS) com a consciência ecológica é possível diminuir os impactos ambientais oriundos do processo de desenvolvimento de um local ou região, essa iniciação científica realizou a elaboração do estado da arte sobre tecnologia social e ecologismo, através da análise de artigos publicados em revistas especializadas, livros e periódicos. Em seguida, fez-se a investigação junto ao sítio da Fundação Banco do Brasil (FBB) para identificar os projetos de tecnologia social desenvolvidos no país, cadastrados na FBB e relacionados com a questão ambiental, assim como suas propostas, objetivos e resultados quanto à minimização dos impactos ambientais consequentes do desenvolvimento. O mapeamento de 158 projetos divulgados no sítio eletrônico da FBB e relacionados com o ambientalismo permitiu a identificação dos efeitos positivos no meio ambiente através desses projetos. Para identificar as interconexões entre o movimento da TS e do ecologismo destacam-se os conceitos de tecnologia social, consciência ecológica e socioambientalismo. A TS pode ser compreendida como todo processo ou método que busca soluções para problemas sociais com a participação e interação da comunidade, visando uma sociedade mais justa e ambientalmente sustentável (DAGNINO 2004; DIAS e NOVAES 2010). A consciência ecológica (MORIN 1994) é a compreensão da importância do meio ambiente e dos elementos relacionados a ele e como a natureza é afetada pela ação antrópica. O socioambientalismo, por sua vez, refere-se à integração entre os sistemas sociais e ecológicos (FERNANDES; SAMPAIO 2008). Com tais conceitos como pressupostos realizou-se a análise dos dados visando identificar as principais características dos projetos, que foram organizados de acordo com a região em que foram implementados e categoria a que pertencem. Finalmente, os dados coletados foram contabilizados em forma de gráfico, demonstrando a frequência de cada tipo de projeto em cada região do Brasil. Os 158 projetos identificados em dez categorias, cadastrados na FBB, voltados para a minimização dos impactos ambientais e desenvolvidos nas cinco regiões do ISSN 2525-9067 324 Brasil (22 projetos na região Norte; 27 na região Nordeste; 43 na região Sudeste; 29 na região Centro-Oeste e 37 na região Sul) demonstraram ações de baixo custo e fácil aplicabilidade que, realizadas por instituições distintas com o envolvimento da comunidade obtiveram ótimos resultados contribuindo para uma sociedade mais sustentável. Assim, concluiu-se que a tecnologia social dentro da perspectiva de ciência e tecnologia mostra-se como uma importante alternativa de mudança para o contexto brasileiro, considerando seus critérios de justiça, melhoria ambiental e equidade social. 


Através do PIBIC CNPq a estudante da arquitetura Manuela Buzi, com orientação do pesquisador Gilberto Friedenreich dos Santos e colaboração da doutoranda em Desenvolvimento Regional Ana Paula Tabosa dos santos Sanches apresentou:
A PRODUÇÃO DE ARROZ NO MUNICÍPIO DE MASSARANDUBA (SANTA CATARINA): SOCIEDADE, TECNOLOGIA E NATUREZA 
Manuela Buzzi; Gilberto Friedenreich dos Santos; Ana Paula Tabosa dos Santos Sanches 

Manuela Buzzi - Arquitetura - FURB
Massaranduba localiza-se no Vale do Itapocu em Santa Catarina. A produção do município é predominantemente agrícola, sendo o arroz irrigado a principal cultura. O objetivo da pesquisa foi analisar a partir de uma perspectiva histórica a relação tecnologia, sociedade e natureza na rizicultura no município de Massaranduba e as transformações ambientais provocadas por essa relação. A abordagem da metodologia é qualitativa, desenvolvida em duas etapas. A primeira consistiu no levantamento de dados secundários por meio de revisão bibliográfica e na segunda, levantamento de dados primários com entrevistas com sete diferentes atores da agricultura de Massaranduba. Os dados foram analisados pela abordagem da História Ambiental e depois organizados cronologicamente em períodos para compreender na história da atividade e a relação sociedade, tecnologia e natureza no município de Massaranduba. Divide-se o processo histórico de desenvolvimento da rizicultura no município em quatro períodos: 1ª) Década de 1870 a 1922: início da colonização do município e do cultivo de arroz em Massaranduba. A produção é de subsistência e manual; 2ª) 1922 até a década de 1950: utilização de “tobatas” nas lavouras e surto industrial, levando alguns trabalhadores do campo para a cidade, expandindo a economia local, além do aparecimento dos primeiros maquinários na produção, como o debulhador de grãos; 3ª) Década de 1950 a 1989: a Revolução Verde no município com a introdução de maquinários, o uso de agrotóxicos na agricultura irrigada, e o surgimento da Cooperativa Juriti, que representa a adoção dos princípios do sistema associativo; 4ª) 1989 até 2019: instituída a lei 7.802/1989, conhecida como Lei de Agrotóxicos, que modera a utilização de defensivos nas lavouras, gerando menos impactos na bacia hidrográfica da região. Com o passar dos anos, as tecnologias revolucionaram o plantio, aumentando a produtividade. A rizicultura é uma prática comum que é passada de geração em geração, mas os mais jovens não têm tendência de continuar na atividade. É uma atividade econômica que utiliza agrotóxicos e depende do consumo dos cursos de água próximos que são contaminados e geram impactos na bacia hidrográfica da região. A utilização dos defensivos foi um aliado para aumentar a produção,mas não significa que essa produção ganhou qualidade, e sim rapidez. Na História Ambiental do desenvolvimento da atividade da rizicultura a tecnologia facilitou os processos da cadeia produtiva, aumentando a produtividade das safras ao longo do tempo, mas também ocasionou o aumento do impacto ambiental. 

Através do PIBIC-FURB a estudante de Ciências Biológicas Ana Carolina Rodrigues, com orientação dos pesquisadores Vanessa Dambrowski, Martin Stabel Garrote e Gilberto Friedenreich dos Santos, apresentou a pesquisa:
O ACERVO DO GRUPO DE PESQUISAS DE HISTÓRIA AMBIENTAL DO VALE DO ITAJAÍ E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL NO ENTORNO DO PARQUE NACIONAL SERRA DO ITAJAÍ-SC 
Ana Carolina Rodrigues; Gilberto Friedenreich dos Santos; Martin Stabel Garrote; Vanessa Dambrowski; Maria de Fátima da Silva 

Ana Carolina Rodrigues - Ciências Biológicas - FURB
O Grupo de Pesquisas de História Ambiental do Vale do Itajaí vem desde 2004 realizando pesquisas sobre a História Ambiental do entorno do Parque Nacional da Serra do Itajaí. A pesquisa investigou a contribuição das informações do acervo de entrevistas do GPHAVI para o estudo do desenvolvimento regional do entorno do PNSI. Os objetivos específicos foram: (a) organizar o acervo de entrevistas por comunidade do Parque, (b) identificar os usos do solo e meios de sobrevivência, (b) identificar os processos econômicos do uso do solo, (c) determinar e listar os processos de desenvolvimento regional. Foram organizadas e analisadas entrevistas presentes no banco de dados do GPHAVI identificando processos do desenvolvimento regional ocorridos no entorno do PNSI. Inicialmente o trabalho consistiu em levantar e resgatar o acervo de entrevistas, e nesse processo identificar o espaço geográfico narrado pelo entrevistado. As entrevistas foram tabuladas e organizadas por comunidades, onde identificou-se nas narrações os usos do solo, meios de sobrevivência e atividades econômicas decorrentes dos processos de desenvolvimento que ocorreram na história das comunidades. O GPHAVI realizou 37 pesquisas no entorno do PNSI. A partir dessas pesquisas foram identificadas ações que modificaram a paisagem e o modo de vida a partir da colonização, resultado principalmente da ocupação e formação das comunidades, abertura da floresta para agropecuária, abertura de estradas e exploração comercial da madeira. Foram identificadas e analisadas 45 entrevistas com moradores do entorno do PNSI, distribuídas em 23 comunidades dos municípios de Blumenau, Botuverá, Vidal Ramos, Presidente Nereu, Apiúna, Indaial e Ascurra. Nestas entrevistas foi possível identificar atividades primárias de subsistência e comerciais relativas essencialmente à produção agrícola, pecuária e extrativismo. A extração comercial de madeira nativa foi significativa até 1980, sendo sucedida gradativamente pelas monoculturas de pinus e eucaliptos, que substituíram totalmente a exploração da mata nativa nos anos 90. O cultivo de fumo, milho, aipim e eucalipto continuam sendo as principais atividades econômicas das comunidades estudadas. Após a criação do PNSI e maior busca por turismo rural, de aventura e ecoturismo, começam a surgir e ampliar atividades econômicas secundárias para atender essas demandas. Também foram analisados 18 questionários aplicados em propriedades que exploram alguma atividade secundária no entorno do PNSI nos municípios de Blumenau, Indaial, Gaspar, Apiúna, Ascurra, Presidente Nereu, Botuverá e Guabiruba. As principais atividades identificadas estão relacionadas a lazer associadas aos recursos hídricos e paisagísticos da região e atividades esportivas. O acervo de entrevistas do GPHAVI é um recurso importante para analisar o desenvolvimento regional do entorno do PNSI, uma vez que possui entrevistas que demonstram mudanças no modo de vida, no uso do solo e dos recursos naturais, relacionados à diferentes ciclos econômicos que ocorreram e continuam em desenvolvimento na região.

Através do FUMDES artigo 171 os estudantes Juliano João Nazário, estudante de História e Kayuã Girardi estudante de Ciências Sociais, com orientação dos pesquisadores Martin Stabel Garrote e Gilberto Friedenreich dos Santos apresentaram os resultados da pesquisa História e Desenvolvimento no entorno do Parque Nacional da Serra do Itajaí em Apiúna, Presidente Nereu e Vidal Ramos- SC através dos resumos publicados como:
HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO NO ENTORNO DO PARQUE NACIONAL DO ITAJAÍ NOS MUNICÍPIOS DE PRESIDENTE NEREU E VIDAL RAMOS
Juliano João Nazário; Gilberto Friedenreich dos Santos; Martin Stabel Garrote; Kayuã Girardi; João Henrique Tomio; Maria de Fatima da Silva; Ana Carolina Rodrigues 

Juliano João Nazário - História - FURB

Trata-se de uma pesquisa enquadrada dentro dos estudos da área do Desenvolvimento Regional ou Ciência Regional, tendo como objeto de estudo a região do entorno de uma unidade de conservação de proteção integral, o Parque Nacional da Serra do Itajaí (PNSI), que possui uma área de 57.374 ha e representa 0,05% da área original total da Mata Atlântica no país. O objetivo geral da pesquisa foi investigar a história do desenvolvimento regional do território das comunidades rurais presentes no entorno do PNSI nos municípios de Presidente Nereu (comunidade de Thime) e Vidal Ramos (comunidade de Fartura). Para isso, necessitouse (a) compreender o processo histórico de ocupação e colonização da região; (b) identificar na história da região os processos de desenvolvimento; (c) identificar no contexto atual do entorno do PNSI iniciativas de desenvolvimento sustentável. A análise do Desenvolvimento Regional se deu através da abordagem teórica metodológica da História Ambiental. Utilizando-se, na pesquisa, de levantamentos de referências bibliográficas, artigos, dissertações, e teses sobre o parque e as comunidades, além disso, entrevistas coletadas com moradores e a paisagem observada serviram de fonte para situar eventos históricos, e identificar as interações entre os sistemas sociais e naturais, e suas consequências ao longo do tempo. Constataram-se modificações no modo de vida e interação com a natureza nas comunidades ao longo do tempo. Inicialmente baseadas em extrativismo, passando a agricultura de subsistência, plantio de fumo, madeira de reflorestamento e pecuária. Hoje as principais formas de sustento das comunidades concentram-se no plantio do fumo e madeira de reflorestamento, sendo ainda presentes na região, a agricultura de subsistência e a pecuária. Com a criação do PNSI atividades de extrativismo, como a caça, por exemplo, praticamente acabaram. A História do Desenvolvimento Regional dessas comunidades está ligada a exploração da natureza, possuindo vários ciclos de cultura que perduraram até a criação do PNSI e a partir dele novas estratégias de desenvolvimento começaram a ocorrer na região, como, por exemplo, iniciativas de exploração do turismo rural.

HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO NO ENTORNO DO PARQUE NACIONAL DA SERRA DO ITAJAÍ EM APIÚNA 
Kayuã Girardi; Gilberto Friedenreich dos Santos; Martin Stabel Garrote; Juliano João Nazário; João Henrique Tomio; Maria de Fátima da Silva; Ana Carolina Rodrigues 

Kayuã Girardi - Ciências Sociais - FURB
O estudo trata da relação sociedade e meio ambiente, analisando a História Ambiental do Desenvolvimento Regional de um território protegido por uma Unidade de Conservação, o Parque Nacional da Serra do Itajaí - PNSI, que representa 0,05% da área original total da Mata Atlântica no país e 0,55% da área remanescente e está entre os três maiores fragmentos que ainda se encontra no estado de Santa Catarina, além de ser a segunda maior Unidade de Conservação de Proteção Integral Federal do bioma no sul do Brasil. O objetivo geral é (a) compreender o processo histórico de ocupação e colonização da região; (b) identificar na história da região os processos de desenvolvimento; (c) identificar no contexto atual do entorno do PNSI iniciativas de desenvolvimento sustentável. Utilizou o levantamento de dados sobre as comunidades de Braço do Salão, Gravata, Jundiá e Ribeirão Neisse em Apiúna. Analisaram-se fontes bibliografias, especialmente regionais, documentos oficiais, artigos técnico-científicos, atlas, mapas, transcrições de entrevistas e levantamentos censitários analisando questionários aplicados nas comunidades. Foram realizadas visitas às comunidades para realizar observação da paisagem e identificação de iniciativas de desenvolvimento sustentáveis. Os vales de Apiúna, a partir de 1850 a 2000, desenvolveramse com a expansão das comunidades de Gravatá, Ribeirão Jundiá, Braço do Salão e Ribeirão Neisse. Nesse processo, ocorreu apropriação e adequação da floresta ombrófila densa. Os colonos exploravam a mata virgem da região substituindo pela cultura da exploração do milho, aipim, avicultura, criação de gados e suínos etc, principalmente para subsistência no início. Ao longo do tempo se iniciou a comercialização desses produtos, principalmente a partir de 1950 onde a mecanização dos veículos facilitaram a ida desses colonos até os centros urbanos. O desenvolvimento das comunidades em Apiúna teve ciclos econômicos parecidos, o principal a madeira. Até a década de oitenta a exploração em grande escala da mata nativa, e incrementa o reflorestamento. No período após a criação do parque, predominou o cultivo de pinus, eucaliptos, aipim e milho como principais cultivos, existindo em muitas propriedades a prática da agricultura de subsistência. As propriedades rurais produtoras diminuíram significativamente após a criação do parque em 2002 muitas propriedades passaram a ser parceladas, surgindo pequenas chácaras e sítios. Alguns colonos cessaram totalmente a prática da exploração e do uso do solo e em algumas comunidades inicia-se um processo de criação de empreendimentos utilizando das belezas e recursos naturais para o turismo, com pousadas, e pequenos recantos naturais. Com a pesquisa da história ambiental do desenvolvimento regional em Apiúna, foi possível notar que as comunidades possuem um enorme potencial para desenvolverem atividades de desenvolvimento sustentável, entretanto, não existem políticas públicas ou interesses em parte dos moradores em realizar tais atividades.

Juliano, Gilberto, Kayuã e Martin 13º MIPE 2019
Através do PIPe Artigo 170, o estudante da arquitetura João Henrique Tomio com orientação de Martin Stabel Garrote e Gilberto Friedenreich dos Santos, apresentou o estudo, sendo representado pelos estudantes Kayuã Girardi e Juliano João Nazario:
HISTÓRIA, DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE NO ENTORNO DO PARQUE NACIONAL DA SERRA DO ITAJAÍ EM BOTUVERÁ E GUABIRUBA-SC 
João Henrique Tomio; Gilberto Friedenreich dos Santos; Martin Stabel Garrote; Kayuã Girardi; Maria de Fátima da Silva; Ana Carolina Rodrigues 

Abordando a temática dos estudos do desenvolvimento regional, e da relação homem natureza, a pesquisa teve como objeto de estudo as comunidades do entorno do Parque Nacional da Serra do Itajaí, em Guabiruba-SC comunidades de Aymoré, Lajeado Alto, Lajeado Baixo e Planície Alta. E em Botuverá-SC nas localidades de Areia Alta, Areia Baixa, Beira Rio, Lajeado Alto, Lajeado Baixo, Lajeado Central, Ribeirão do Ouro e Salto de Águas Negras. O objetivo foi investigar a história do desenvolvimento regional do território, identificando interações entre os sistemas sociais e naturais, e suas consequências ao longo do tempo nessas comunidades. Antes da chegada dos europeus, o Vale do Itajaí já contava com a presença humana com as tribos Xokleng Laklãnõ, Kaingang e Guarani. Depois do século XVI chegaram os portugueses, açorianos, madeirenses e vicentinos, ocorrendo incursões de mineradores e exploradores de madeira subindo o rio Itajaí-açú. A partir do século XIX chegam à região os imigrantes alemães, poloneses e italianos estabelecendo uma relação e interação na floresta exploratória e gerando uma rápida transformação na paisagem. A partir de 1950 as grandes monoculturas de aipim e milho para comércio vão sendo substituídas pelo fumo através de programas de extensão rural administradas por empresas de Tabaco, como a Souza Cruz, fizeram que os colonos migrassem para o cultivo do fumo em larga escala, acarretando uma melhora da situação social e econômica. Entre 1970 e 1980, com a crise agrícola e com o desenvolvimento industrial dos municípios vizinhos, ocorre uma mudança demográfica e de uso do solo, os mais jovens trocam o trabalho rural por oportunidades de empregos nas fábricas de cidades vizinhas ocasionando uma nova mudança na economia local com a diminuição da produção rural. Em 2004 no intuito de preservar os mananciais de grande parte da água, também assegurar a conservação dos remanescentes de mata atlântica foi criado o Parque Nacional da Serra do Itajaí - PNSI. O desenvolvimento local com o parque alavancou novos ramos de atividades econômicas, fazendo surgir pousadas, pesque pagues, recantos de lazer, assim como as vias que cruzam o parque servem de trilhas usadas por ciclistas e aventureiros trilheiros. Após a criação do parque as atividades extrativistas quase que cessaram, assim como as atividades rurais, predominando o reflorestamento e cultura do fumo, e demais culturas e criações são para a subsistência de algumas propriedades. Nas comunidades existem oportunidades de promover o desenvolvimento mais sustentável, cessando as atividades extrativistas e tendo a conservação e uso da paisagem como elementos para o desenvolvimento. 



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