Acontecerá entre 27 e 31 de julho em Florianópolis, nos campus da UFSC e UDESC o XXVIII Simpósio Nacional de História da Associação Nacional dos Historiadores - ANPUH. Sendo que pela primeira vez nos simpósios nacionais da ANPUH teremos uma mesa de debate sobre a História Ambiental, que no século XXI está desenha como um novo lugar para os historiadores, havendo velhos e novos desafios a tratar. Na última reunião do GT Nacional de História Ambiental, os participantes definiram que seriam organizados 3 mini simpósios afim de agregar as diversidades pesquisadas na História Ambiental.
1º - O mini-simpósio 53:História Ambiental: ciência, tecnologia e recursos naturais, sob coordenação de Dr. Dominichhi Miranda de Sá (Casa Oswaldo Cruz/Fiocruz) e do Dr. Jó Klanovicz (Unicentro) tratará dos desafios da sustentabilidade, os movimentos sociais e as ameaças naturais do mundo contemporâneo são temáticas que exigem estudos no campo da História. A História Ambiental é um lugar privilegiado para abordar tais discussões. Os desafios da sustentabilidade, os movimentos sociais e as ameaças naturais do mundo contemporâneo são temáticas que exigem estudos no campo da História. A História Ambiental é um lugar privilegiado para abordar tais discussões. Esta proposta envolve múltiplos temas, que relacionam os estudos das relações entre sociedade e natureza, desde a reconstrução do mundo natural até suas mais diversas representações e usos: discursos, práticas, tecnologia e ciências, percepções do mundo natural. Tida, na modernidade, como o método por excelência de investigação dos fenômenos naturais, a ciência foi considerada uma das molas propulsoras das questões ambientais contemporâneas: testes nucleares, uso de aditivos químicos na agricultura, pesquisas com transgênicos. Disciplinas científicas se consolidaram em consonância com agendas de preservação ambiental, com foco na conservação da biodiversidade. É na perspectiva de compreensão das relações entre ciências e recursos naturais que apresentamos esta proposta. Procura-se reunir pesquisas dedicadas a temas como: 1) História Ambiental e História das Ciências na discussão sobre padrões de conquista e dominação de recursos naturais; 2) Produção científica, políticas e apropriações públicas e privadas dos recursos naturais; 3) Circulação e intercâmbios globais de ideias, agentes e tecnologias ligados ao aproveitamento econômico da natureza; 4) Processos de manejo de recursos, além de projetos de comodificação da natureza em articulação com monoculturas, transformação de biomas e expansão de fronteiras agrícolas; 5) Natureza como objeto de ciência, disputas políticas e temário central dos debates contemporâneos sobre o uso sustentável de recursos e preservação da biodiversidade; 6) Biopirataria e natureza como patrimônio nacional; 7) As relações entre saúde e ambiente na história das pesquisas cientificas sobre pragas agrícolas e agrotóxicos; 8) Saberes científicos sobre o mundo natural como cartografia e geografia, botânica, agronomia e história natural, ecologia e biogeografia, evolução e genética. Conforme os organizadores na história ambiental, destacam-se como objetos o exame das paisagens e ambientes naturais do passado, a investigação dos modos humanos de produção econômica e seu impacto sobre o ambiente, a história de movimentos políticos e das iniciativas legais de proteção ambiental, a discussão sobre as escolhas que foram feitas em termos de usos de recursos naturais e suas consequências contemporâneas, tais como desastres ambientais, a história das ideias, dos discursos e das representações sobre o mundo natural, articulando dimensões orgânicas, sociotécnicas, políticas, culturais, econômicas, enfim, as que são construídas pela mão humana e as que são tidas como 'naturais', do mundo palpável. É nesse campo de possibilidades de pesquisa que a história ambiental encontra-se com a história da ciência, porque ambas estão trabalhando com preocupações semelhantes, tais como as sensibilidades sobre os modos de conhecer o passado das relações entre humanos e mundo natural; as semelhanças e diferenças, rupturas e continuidades entre escolhas e circunstâncias do passado e do presente em termos ecológicos; os papéis, discursos, autoridades e mediações preexistentes na construção do conhecimento sobre o humano e o não humano, ou ainda sobre as modalidades utilizadas para conhecer essas mesmas relações. Nesse sentido, pretende-se construir o diálogo entre esses dois campos a partir de temas diversos, com a finalidade de aprofundar interpretações sobre as interações humano-naturais. O Simpósio Temático pretende reunir pesquisadores e estudantes dedicados a essas temáticas, mas buscando aprofundar essas vertentes por meio do diálogo entre diferentes abordagens e estudos de caso. Nossa intenção é contribuir para a reflexão e discussão sobre as formas pelas quais disciplinas científicas e cientistas foram importantes para a criação e a consolidação de agendas e instituições que configuraram tentativas de conhecer e regulamentar a exploração dos recursos naturais, especialmente no Brasil. Fonte
2º - O mini-simpósio 54: História Ambiental: espaço, território e natureza, sob coordenação do Dr. Haruf Salmen Espíndola (Univale) e do Dr. Marcos Gerhardt (Universidade de Passo Fundo) tratarão de analisar, dentro dos desafios da sustentabilidade, os movimentos sociais e as ameaças naturais do mundo contemporâneo são temáticas que exigem estudos no campo da História. A História Ambiental é um lugar privilegiado para abordar tais discussões. Esta proposta envolve múltiplos temas, que relacionam os estudos das relações entre sociedade e natureza, desde a reconstrução do mundo natural até suas mais diversas representações e usos: discursos, práticas, tecnologia e ciências, percepções do mundo natural. A proposta é reunir os estudos relacionados aos aspectos entre espaço, território e natureza, às dimensões socioambientais dos fenômenos migratórios; aos processos de ordenamento sanitário e de saúde pública; aos aspectos normativos, ideológicos e de mentalidade relacionados à apropriação espacial; às questões de identidade cultural imbricadas na formação, percepção e reconstrução de paisagens; as reconfigurações dos ecossistemas naturais em ecossistemas domesticados e/ou ecossistemas agroecológicos. São 10 anos de simpósio temático, desde o pioneiro que foi realizado em 2005, no XXIII Simpósio Nacional de História, em Londrina. A proposta é reunir trabalhos no campo da História Ambiental, que investigam as relações entre História, Espaço, Território e Natureza. Em 10 anos o simpósio reuniu diversos trabalhos do campo da História Ambiental, envolvendo os mais diversos aspectos históricos, demográficos e ambientais relacionados à formação histórica do território; aos fenômenos migratórios; aos processos de ordenamento sanitário e de saúde pública; aos aspectos normativos, ideológicos e de mentalidade. Consideramos fundamental o diálogo reflexivo da relação História, Natureza e Território. Uma premissa dos historiadores ambientais é reconhecer que os atos humanos acontecem dentro de uma rede de relações, processos e sistemas que são tão naturais quanto são culturais. A apropriação da natureza se dá de forma produtiva e cognitiva, constituindo-se um processo de territorialização. É a presença humana que produz a configuração do território e das territorialidades, por meio de processos sociais que respondem a condições e forças locais e a condicionamentos e forças externas, bem como ao conjunto de relações e pontos de ligação que se estabelecem entre os de dentro e com agentes em diferentes escalas. O território resultante se torna, ele próprio, uma força condicionante das ações futuras, favorecendo-as ou dificultando-as. Os territórios e as territorialidades se formam heterogêneos, justapostos e sobrepostos, fundados nas contradições sociais, nas relações de poder, na diversidade cultural, nas relações ambientais e na biodiversidade. Território não se confunde com o espaço ou lugar, pois é relação e está ligado à ideia de domínio, ao poder e ao controle do acesso, independente se a referência é um poder estatal, de grupo ou de empresa. Nesse sentido, a proposta também busca enfatizar os grupos sociais, as relações de poder e a cultura que se materializam no espaço e delimitam territórios, formas as territorialidades e seus usos nos campos políticos e das representações, dos conflito e da diversidade cultural. Isso inclui a dimensão simbólica, na medida em que a apropriação também é feita por meio do imaginário e da identidade subjetiva com o espaço. Fonte.
3º - O mini-simpósio 55: História Ambiental: política e sociedade, sob coordenação do Dr. Erípedes Antonio Funes (Universidade Federal do Ceará) e do Dr. Paulo Henrique Martinez (Universidade Estadual Paulista). Na dimensão vida política e da vida social a História Ambiental confere atenção a diferentes níveis de aprofundamento teórico e empírico, temporalidades, fontes e perspectivas metodológicas. A intenção é alcançar a compreensão de uma multiplicidade de elementos nas relações entre a sociedade política, o Estado nacional e a comunidade internacional e a sociedade civil, do local ao global. No arco de interesses e preocupações desta proposta estão contempladas: a legislação ambiental, as políticas públicas, práticas e projetos de sustentabilidade ambiental, social e econômica, conflitos sociais, ideias e programas de transformação social de motivação ambiental, as questões urbanas, relações internacionais, ações e agentes individuais e coletivos da conservação da natureza, entre outras inúmeras combinações sociais e políticas que desafiam o conhecimento histórico no século XXI. Os desafios da sustentabilidade, os movimentos sociais e as ameaças naturais no mundo contemporâneo são temáticas que estimulam os estudos no campo da História Ambiental. A História Ambiental é uma abordagem em construção na compreensão de tais discussões e debates. A proposta deste Simpósio Temático envolve múltiplos objetos de investigação e relaciona os estudos das relações entre sociedade e natureza, desde a reconstrução do mundo natural até suas mais diversas representações e usos sociais, como discursos, práticas, tecnologias e ciências, percepções do mundo natural. A organização do GT Nacional - História Ambiental junto à Associação Nacional de História (ANPUH), durante o Encontro ocorrido em Natal (2013), seguida da ampliação desta organização na criação de Grupos de Trabalho em estados como Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, e outros em formação, como em Brasília e no Ceará , têm facilitado a identificação e a aglutinação de núcleos de interesses temáticos e de ações institucionais – publicações, grupos de pesquisa, seminários, orientação de estudantes de graduação e de pós-graduação, diálogos interdisciplinares, intercâmbios internacionais. O esforço em maximizar estas oportunidades e incentivar a interação acadêmica entre os estudiosos de História Ambiental resultou na proposição de Simpósios Temáticos que incidem sobre questões e objetos de pesquisa mais delimitados e precisos, contribuindo assim para a consolidação e o aprimoramento dos debates e dos encontros da ANPUH como espaço privilegiado para a reflexão, difusão e apreciação coletiva do desenvolvimento desta abordagem na historiografia nacional e estrangeira. Fonte
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