Para os apresentadores de trabalho do mini-simpósio História Ambiental em Foco I da XXI Semana Acadêmica de História da FURB (2014), segue o link para acessar os Anais do evento (clique aqui). Nesta postagem serão divulgados os trabalhos de História Ambiental publicados nos anais do evento:
XXI Semana Acadêmica de História “Ensinar e Pesquisar História: dilemas, desafios e perspectivas”. De 5 a 9 de Maio de 2014, Blumenau/SC. Ano I, Número 1. ISSN: 2358-5838 6
Simpósio Temático 1 – HISTÓRIA AMBIENTAL EM FOCO
Coordenador: Prof. Dr. Gilberto Friedenreich dos Santos
Moderador: Gabriel Pierre de Souza
A “Grande Odisseia Alasquiana”: A influência de Thoreau em Christopher
Mccandless num contato mais verdadeiro com a natureza
Gabriel Pierri de Souza (Acadêmico do Curso de História - FURB)
Resumo: A História Ambiental estuda as relações entre os seres humanos e a natureza,
tentando sensibilizar e quebrar a dicotomia existente no senso comum. Portanto este
trabalho tem como propósito estabelecer uma aproximação dos escritos de Henry David
Thoreau a partir de 1845 e suas influências na aventura de um garoto estadunidense,
Christopher McCandless, que deixou o conforto da modernidade de sua casa em 1990
para atravessar o país e viver no que ele mesmo alega ser uma paisagem que o homem
ainda não tocou bruscamente, o Alasca, ao qual o jornalista Jon Krakauer relatou em
forma de livro com o nome de Na natureza selvagem (1996). Thoreau foi um autor
estadunidense, conhecido por seu livro Walden ou a vida nos bosques (1854), uma
reflexão sobre a vida simples cercada pela natureza, e por seu ensaio Desobediência
Civil (1849), com a ideia de oposição ao Estado. Entre suas contribuições mais
influentes encontravam-se seus escritos sobre história natural e filosofia, onde ele
antecipou os métodos e preocupações da ecologia e do ambientalismo. Sua “Odisséia
alasquiana” inspirou indivíduos a viverem com o mínimo, apenas usufruindo os
recursos naturais como subsistência, sem o excesso de consumo produzido pela
sociedade moderna, contribuindo na conservação e admiração da natureza.
Palavras-chave: História Ambiental; Odisséia Alasquiana; Consumo.
História e Memória Ambiental da serraria São Francisco (Parque Nacional da
Serra do Itajaí, Blumenau, SC)
Kahina Thirsa Hostin (Acadêmica do Curso de História - FURB)
Resumo: Tendo por objetivo compreender e registrar a história e memória ambiental da
exploração madeireira realizada pela Madeireira e Transportadora São Francisco LTDA,
que atuou em meados do século XX na região sul do município de Blumenau, com sua
sede localizada na Segunda Várzea do Ribeirão Garcia, onde atualmente é a sede do
Parque Nacional da Serra do Itajaí (PNSI). Portanto, ligado à história do próprio parque,
este trabalho utilizou-se principalmente do resgate das memórias de moradores da
localidade da Nova Rússia, no entorno do PNSI. A serraria São Francisco, de
propriedade de Olídio Martinhago, vulgo Lageano, foi uma importante exploradora da
Mata Atlântica da localidade, tendo introduzido novos maquinário de trabalho, foi
responsável por uma modernização na região, e também na abertura de estradas e
trazendo novos trabalhadores, alguns especializados na exploração madeireira, para
morarem nas imediações. Atuou formalmente na Nova Rússia do início da década de
1970 até janeiro de 1985 e, portanto, seu estudo se faz importante para a compreensão
da atuação das serrarias locais, inclusive durante a implantação de leis de proteção
ambiental, até a criação do Parque ecológico, e sua influência na transformação tanto da
paisagem local quanto na vida das comunidades desta região.
Palavras-chave: Serraria; São Francisco; Madeira; História Ambiental.
A caça à baleia e o desenvolvimento urbano no Brasil colonial.
Marcella Faustino Fernandes Bacha (UFRJ)
Resumo: O início da instalação de armações baleeiras no Brasil se deu no ano de 1603,
no Recôncavo Baiano. Em 1614, ao perceber a elevada lucratividade desse
empreendimento, a coroa portuguesa estabeleceu o monopólio sobre a caça e tornou a
baleia um “peixe real”. O principal produto extraído, o óleo, também conhecido como
“azeite de peixe”, era mais utilizado para abastecer lampiões na iluminação urbana,
influenciando muito o cotidiano colonial brasileiro, visto que, durante a noite, só havia a
luz dos lampiões para realizar atividades, se houvesse óleo de baleia para acendê-lo. No
período, era grande a dependência de recursos vindos da metrópole e de custo muito
elevado. Integrava, ainda, a produção de velas, tecido, tinta e sabão. Tem-se outra
utilidade desta matéria prima na construção civil: embora tenha se difundido a ideia de
uso como aglutinante, estudos recentes demonstram o equívoco dessa teoria, mas, ainda
assim, empregava-se a borra – resíduo ou depósito do cozimento da gordura da baleia –
como hidrorrepelente para a edificação, principalmente em locais com umidade elevada.
A exploração da baleia teve papel ativo nos primórdios da formação do Brasil, e a caça
praticada a partir de então quase levou esses mamíferos à extinção.
Palavras-chave: Caça a baleia; Urbanização Brasileira; Baleia como matéria prima.
Grupo de Pesquisas de História Ambiental do Vale do Itajaí: 10 anos historiando o
Vale do Itajaí-SC.
Martin Stabel Garrote, Gilberto Friedenreich dos Santos, Vanessa Dambrowski
(Universidade Regional de Blumenau, Grupo de Pesquisas de História Ambiental do
Vale do Itajaí).
Resumo: Durante as aulas de Geografia Física ministrada pelo professor Gilberto
Friedenreich dos Santos em 2003, estudante e professor deram início ao que viria se
transformar em um Laboratório de História Ambienta na Universidade Regional de
Blumenau. O objetivo do artigo é apresentar a história de formação e desenvolvimento
do Grupo de Pesquisas de História Ambiental do Vale do Itajaí - GPHAVI. Foi descrita
uma síntese conceitual da História Ambiental, a história do grupo e as atividades de
ensino, pesquisa e extensão realizadas de 2004 até 2014.Foram levantadas fontes
documentais no acervo do GPHAVI, e estas organizadas cronologicamente construindo
um panorama histórico da atuação do grupo em seus 10 anos de existência.O grupo
começou a ser pensado em 2001 e em 5 de junho de 2003 foi criado pelos
pesquisadores Martin S. Garrote, e Gilberto F. dos Santos. A partir de 2006 passa a
integrar o grupo a bióloga Vanessa Dambrowski. Em 2007 o grupo passou a investigar a
História Ambiental de: Unidades de Conservação, exploração mineral, madeireira e
estudos de povos tradicionais do Vale do Itajaí, assim como realizar atividades de
extensão. Em 2014 o GPHAVI passa desenvolver atividades junto com o Programa de
Pós-graduação em Desenvolvimento Regional.
Palavras-Chaves: Grupo de Pesquisas de História Ambiental do Vale do Itajaí;
História Ambiental; Atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão.
Os viajantes do século XIX e suas percepções do meio ambiente no Vale do Itajaí
(SC)
Nícollas Voss Reis (Acadêmico do Curso de História - FURB)
Resumo: O Vale do Itajaí no século XIX, início da colonização europeia, apresentava
um caráter natural que fascinava os viajantes europeus que por ali passavam. Através
das práticas da escrita os viajantes registraram observações e investigações muitas vezes
com o intuito de publicar em periódicos europeus, contribuindo para a construção da
memória coletiva deste processo de imigração, que hoje está disponível para consulta
em publicações de artigos, livros e jornais traduzidos. Desta maneira foram levantadas e
consultadas diversas publicações, sendo as informações coletadas, exploradas e
classificadas sobre um olhar historiográfico que contemplasse as características naturais,
considerando os aspectos florísticos, faunísticos, geográficos, paisagísticos e do uso dos
recursos naturais. Esses importantes relatos constituem parte das fontes de informações
para os estudos da História Ambiental do Vale do Itajaí no século XIX, pois, geralmente
apresentam informações e descrições ricas sobre economia, cultura, costumes, crenças,
além da paisagem e das relações com o meio natural de um determinado período. A
partir destes registros, podemos observar os mais diversos interesses na região do Vale
do Itajaí, assim como as mais diversas impressões e representações do meio ambiente.
Palavras-chave: Vale do Itajaí; Século XIX; Relatos dos Viajantes; História
Ambiental.
História Oral como suporte no registro de bioindicadores na Microbacia
Hidrográfica do Rio Sagrado, Morretes (PR)
Shimene Feuser (FURB)
Resumo: A ação do homem sobre o meio ambiente tem provocado uma situação de
completa alteração das características naturais, cujo resultado quando somado às
problemáticas políticas, sociais e econômicas, tem efeito negativo para saúde pública e
qualidade de vida da população. O uso do indicador para alimentação contínua do
processo de planejamento, como instrumento de participação e no desenvolvimento de
políticas públicas, são pontos cruciais na implantação, manutenção e monitoramento de
um plano de desenvolvimento sustentável. Este trabalho teve como objetivo geral o
registro de bioindicadores apoiado pela história oral na localidade de Rio Sagrado,
Morretes - PR. Objetivos específicos foram divididos em etapas: a) realização de
entrevistas com moradores da localidade para obtenção de informações ambientais
locais; b) observações in loco e registros para confirmação das informações obtidas; c)
identificação de insetos, reconhecendo sua importância como bioindicador. A
metodologia consistiu em revisão bibliográfica e obtenção de dados primários através
de entrevistas e registros fotográficos. Os resultados evidenciaram a importância deste
estudo na demonstração da biodiversidade local, sendo desmatamento e aplicação de
defensivos químicos apontados como os maiores conflitos locais.
Palavras-chave: bioindicadores; História Oral; Classe insecta; Microbacia hidrográfica
do Rio Sagrado.
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