"Eu sou o que me cerca. Se eu não preservar o que me cerca, eu não me preservo".
José Ortega y Gasset

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

A História das interações humanas com o ambiente no entorno do Parque Nacional da Serra do Itajaí: o caso das comunidades de Gravatá, Jundiá, Neisse, Barra de Águas Frias e Braço Salão no município de Apiúna - SC

Martin Stabel Garrote, Vanessa Dambrowski, Gilberto  Friedenreich dos Santos (Orientador)
Área de Ciências Humanas – História Ambiental
Grupo de Pesquisas de História Ambiental do Vale do Itajaí – GPHAVI 
Departamento de História e Geografia  - FURB.

Fonte Financiadora: FUNDES 2011/2013 e FAPESC

A compreensão das interações entre sociedade e natureza no processo histórico é uma linha de pesquisa da historiografia atual denominada de História Ambiental, esta possibilita conhecer as relações entre a sociedade e a natureza, observando nessas relações as consequências positivas e negativas para ambas as partes. O objetivo geral desta pesquisa foi compreender a História Ambiental das comunidades de Gravatá, 
Ribeirão Jundiá, Ribeirão Neisse, Barra de Águas Frias e Braço Salão no entorno do Parque Nacional Serra do Itajaí (PNSI) em Apiúna, SC. 

Foram identificadas as características naturais do território das comunidades; fontes históricas, escritas e não escritas; foram levantadas informações sobre o processo histórico de ocupação da região; identificadas influências antrópicas; levantados elementos extraídos da biodiversidade; levantadas formas de utilização dos elementos da biodiversidade; e identificadas consequências da exploração da biodiversidade da Floresta Atlântica às comunidades e a própria natureza local. 

Os resultados foram obtidos através da coleta de dados em fontes primárias com observações e registros nas comunidades, e entrevistas com o Método da História Oral. Também através de fontes secundárias como bibliografias, periódicos e documentos oficiais. A região das comunidades está localizada no Bioma Mata Atlântica, especificamente na Floresta Ombrófila Densa, rica em fauna e flora, em um relevo acentuado e de solo com estrutura predominantemente frágil, regada por inúmeros ribeirões, como ocorre na maior parte da região entorno do PNSI e no médio Vale do Itajaí. 

A esquerda foto de 1960 de criação de capivaras em Neisse. Segue à direita foto de pilão para grãos e a outra de uma gamela, utensílios domésticos feitos com raiz de figueiras.
Em 1878, famílias chegadas da Alemanha, da Itália e da Polônia receberam lotes na região de Apiúna, sendo estas, as principais etnias das comunidades estudadas. Ao chegarem os colonos se alojaram principalmente em terras ribeirinhas, para terem acesso a água e estas lhes servirem para a agricultura. Os primeiros colonos trabalharam em suas terras, enfrentando diversas dificuldades de adaptação à floresta. Aos poucos os problemas e dificuldades foram sendo superados e ricas plantações de mandioca, fumo, arroz, batata, araruta, cana de açúcar, iam surgindo, ocupando a mata ciliar e encostas. 
A região possui áreas de reflorestamento, pastos e plantios
Além das atividades agrícolas sempre esteve presente na história e ocupação das comunidades uma estreita relação entre atividades econômicas e extração de recursos da natureza associados aos ciclos econômicos regionais como o da madeira e do óleo de sassafrás. 

As características da biodiversidade ao mesmo tempo que forneceram inúmeros recursos para as populações, em um ritmo de exploração intensa se tornaram frágeis para as comunidades naturais e escassas para uso pelas populações humanas.                    

Este trabalho foi publicado em: http://www.furb.br/_upl/files/especiais/mipe/Anais_pesquisa.pdf

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