"Eu sou o que me cerca. Se eu não preservar o que me cerca, eu não me preservo".
José Ortega y Gasset

quarta-feira, 24 de julho de 2024

Transformações nas Leis de proteção às àguas e a formação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Itajaí

Hoje gostaríamos de destacar um importante estudo de Conclusão de Curso de História, realizado pela historiadora Carolina Francisca Marchiori da Luz em 2008, sob a orientação dos professores Gilberto e Martin no GPHAVI da FURB, com o título "O processo histórico da gestão dos recursos hídricos na bacia do Itajaí-SC".

A pesquisa demonstra que a problemática ambiental levou a uma reestruturação de políticas e leis relacionadas à proteção dos recursos naturais, especialmente os recursos hídricos. Diversos fatores contribuíram para que a água se consolidasse, em escala global, como um recurso natural ameaçado, com níveis significativos de qualidade e quantidade reduzidos. A fundamentação de suportes legais e político-institucionais sobre a água disponível no planeta evoluiu ao longo dos anos, resultando em uma redefinição das políticas e leis, promovendo uma maior integração e conhecimento entre todos os que utilizam este elemento natural essencial à vida. Na década de 1980, o Brasil adotou práticas europeias para a revitalização dos rios, onde as bacias hidrográficas passaram a ser unidades de planejamento. Esse processo levou à descentralização dos cuidados com as águas, transferindo a responsabilidade do manejo das áreas de bacia hidrográfica da União para comitês de bacia recém-criados. Esses comitês foram formados para facilitar a articulação entre sociedade e natureza e encontrar soluções para os conflitos existentes nas bacias.

Ao revisar os mecanismos cogitados para implementar o gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Itajaí (CBHI), a pesquisa traça uma longa trajetória de inúmeras ações humanas e reações naturais, bem como as transformações históricas nas leis de proteção às águas. A formação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Itajaí é resultado da aprovação da Lei 9.433/97, juntamente com diversas propostas aprimoradas ao longo do tempo por grupos de pesquisadores e pela sociedade, com o objetivo de conscientizar e frear o descontrole humano sobre o uso dos recursos naturais nessa região.


Este estudo é fundamental para entender as mudanças nas políticas de gestão dos recursos hídricos no Brasil e a importância da participação social na proteção e revitalização dos rios. Convidamos você a ler o trabalho completo no nosso blog e a se aprofundar nas discussões sobre a conservação ambiental e a gestão sustentável dos recursos hídricos. Clique aqui e acesse o TCC de Carolina.

Nossa colega Carolina terminou a graduação em História em 2009 com este TCC, e durante seu curso realizou a Iniciação Científica História Ambiental das Comunidades do Parque Nacional da Serra do Itajaí em Guabiruba-SC, pelo hoje extinto programa de Iniciação Científica PIBIC-FURB. Entre 2010 e 2012 realizou seu mestrado em Preservação de Patrimônio Cultural, pelo IPHAN-DF com bolsa da Fundação Darcy Ribeiro. A pesquisa de mestrado Sítio arqueológicos de registro rupestre: gestão compartilhada e ações de preservação do IPHAN no Parque Nacional da Serra da Capivara e entorno - Piauí, Brasil, foi orientada pelas pesquisadoras Lygia Maria Guimarães e Ana Stela de Negreiros Oliveira. Segundo o seu currículo lattes, a pesquisadora realiza seu doutorado na Universidade de Palermo (Argentina) em Educação Superior e Designer. Para conhecer mais sobre a pesquisadora acesse se currículo clicando aqui.

segunda-feira, 22 de julho de 2024

Divulgando o estudo Unidades de Conservação em Terras de Uso da União e a criação do Parque Natural Municipal Canto do Morcego, Itajaí/SC


Divulgamos aqui o resultado e uma pesquisa publicada no Brazilian Journal of Aquatic Science and Technology, intitulada "Unidades de Conservação em Terras de Uso da União: Subsídios à Implantação do Parque Natural Municipal Canto do Morcego, Itajaí/Santa Catarina." Este estudo de produção coletiva que conta com a autoria de Dr. Carlos Eduardo Zimmermann, e outros renomados autores, entre eles nossa colega Dr. Vanessa Dambrowski, teve sua publicação em setembro de 2020.

O estudo aborda as políticas públicas para a conservação ambiental, focando na criação de Unidades de Conservação (UCs) e na elaboração de planos de manejo. O principal objetivo foi identificar como as áreas cedidas pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU) às Forças Armadas Brasileiras são tratadas nos planos de manejo de UCs, especialmente em Santa Catarina e para a Marinha do Brasil. Esses dados servem como subsídios para a implantação do Parque Natural Municipal Canto do Morcego, em Itajaí, que abriga um farol.

A pesquisa envolveu a análise de documentos do SPU e websites institucionais, além de entrevistas com a Delegacia da Capitania dos Portos em Itajaí. Foram identificadas cinco UCs Federais em Santa Catarina com presença das Forças Armadas, além de mais cinco Federais em outros estados e duas Estaduais. Nos planos de manejo, as áreas militares são inseridas e medidas específicas de manejo são definidas para essas áreas de cessão do SPU.

Diferentes medidas de gestão foram verificadas com o intuito de facilitar a gestão compartilhada com as Forças Armadas do Brasil. Quando a área militar está inserida na UC, é classificada como Zona de Uso Conflitante (ZUC). Esta classificação não indica necessariamente um conflito, mas sim que os objetivos das áreas militares podem não ser compatíveis com os objetivos primordiais das UCs.

A parceria entre as Forças Armadas e os órgãos gestores foi constatada em todas as situações estudadas, seja dentro dos limites das UCs ou na Zona de Amortecimento. Esta colaboração é essencial para o acesso, manutenção e fiscalização das UCs e dos faróis de uso militar, que também atraem visitantes.

As informações obtidas contribuíram para definir que, no planejamento do Parque Canto do Morcego, pode haver uma gestão compartilhada entre o órgão ambiental municipal e o SPU/Marinha do Brasil. A proposta é que a área do farol seja uma ZUC, permitindo visitação pública de forma indireta.

Este estudo destaca a importância da colaboração entre diferentes entidades para a conservação ambiental e o uso sustentável dos recursos naturais. Para acessar o artigo completo, consulte o Brazilian Journal of Aquatic Science and Technology (DOI: 10.14210/bjast.v24n1.15927).

Além de Carlos e Vanessa, o estudo também foi produzido por Luiz Alberto Severo Silva Junior, Rejane Teresinha Dahmer Gomes, Mônica Weiler Ceccato, Rafael Schroeder, Marina Christofidis, Marcus Polette, e Rosemeri Carvalho Marenzi.


Para conhecer o estudo na integra acesse aqui!

quarta-feira, 17 de julho de 2024

Conhecendo a Iniciação Científica: História ambiental da agropecuária no Vale do Itajaí (SC) nos séculos XVIII e XIX

Estamos empolgados em anunciar o início de um novo projeto de Iniciação Científica sobre a história ambiental da agropecuária no Vale do Itajaí, que será desenvolvido a partir de agosto. Este projeto é uma excelente oportunidade para estudantes de graduação da Universidade Regional de Blumenau (FURB) interessados em participar de uma atividade de Iniciação Científica, com possibilidade de remuneração através de bolsa do programa PIBIC CNPq, além de se aprofundar na pesquisa da história do Vale do Itajaí.

O Contexto do Projeto:

O povoamento da Bacia do Itajaí começou por volta de 1750, com o cultivo de terras na Foz do Itajaí. A colonização do interior do Vale do Itajaí, situado no bioma da Mata Atlântica, ganhou força significativa em 1850 com a fundação da Colônia Blumenau por imigrantes alemães. O objetivo geral da Iniciação Científica é analisar a história ambiental e o desenvolvimento da agropecuária no Vale do Itajaí entre os séculos XVIII e XIX. Investigaremos se o fundador da colônia Blumenau e os imigrantes introduziram diversas espécies exóticas, substituindo áreas florestais e impactando o ecossistema local. Também exploraremos de que forma ocorreu o consumo de recursos naturais necessário para o desenvolvimento dessas atividades.

Fonte:https://angelinawittmann.blogspot.com/2014/12/kultuverein-de-colonie-blumenau.html



A Iniciação Científica buscará verificar como ocorreu a introdução de espécies e o desenvolvimento de práticas agrícolas e pecuárias, identificando as espécies de plantas e animais trazidas para a agricultura e pecuária, e como se deu a evolução das práticas agrícolas e pecuárias. Além disso, serão analisados os impactos das atividades agropecuárias no ecossistema, incluindo mudanças na paisagem, biodiversidade, uso do solo e qualidade da água ao longo do período estudado.

Fonte:https://angelinawittmann.blogspot.com/2014/12/kultuverein-de-colonie-blumenau.html

A pesquisa de IC é de caráter histórico descritivo qualitativo. Consultaremos diversas fontes primárias e secundárias, como jornais, cartas de imigrantes, relatos de viajantes, relatórios de Dr. Blumenau, documentos históricos e publicações acadêmicas. Essas fontes estarão disponíveis em arquivos históricos, bibliotecas e acervos digitais. Os estudantes deverão realizar consultas em várias fontes e locais, o que enriquecerá suas habilidades pessoais e profissionais.

O projeto de Iniciação Científica integra um projeto maior denominado "Agricultura e Pecuária: História Ambiental e Desenvolvimento Regional no Vale do Itajaí (SC)", coordenado pelo pesquisador Dr. Gilberto Friedenreich dos Santos, atividade vinculada ao Programa de Pós-graduação de Desenvolvimento Regional, permitindo aos estudantes um fluxo de atividades acadêmicas com a IC, tendo a possibilidade de crescimento na pesquisa na pós-graduação (mestrado e doutorado).

Atividades e Local de Trabalho:

A IC possui um plano de trabalho de 12 meses. As atividades do projeto incluem leituras, fichamentos, organização de resenhas, apresentação dos resultados em reuniões do grupo, e a produção de relatórios e artigos científicos. Espera-se que os estudantes dediquem pelo menos 20 horas semanais a essas atividades, programadas e combinadas com o orientador. O local base das atividades será no Centro de Pesquisa Histórica, na sala R-109, onde está o GPHAVI. Além disso, os estudantes deverão cumprir as exigências legais do edital da Iniciação Científica (veja notícia anterior do blog).

Como Participar:

Se você é estudante de graduação da FURB e tem interesse em participar deste projeto de Iniciação Científica, entre em contato com o professor Dr. Gilberto para mais informações sobre como se inscrever e as possibilidades de bolsa através do programa PIBIC CNPq. Envie um e-mail para frieden@furb.br.

Não perca esta oportunidade de contribuir para uma pesquisa importante e ganhar experiência valiosa em sua formação profissional!

quinta-feira, 11 de julho de 2024

Vagas para estudantes em projetos de Iniciação Científica para o Ensino Médio e Graduação, bolsas PIBIC CNPq


Comunicamos que serão disponibilizadas vagas para bolsas de Iniciação Científica através do desenvolvimento de dois projetos aprovados recentemente pelo programa PIBIC CNPq. 

Para estudantes do Ensino Médio serão concedidas duas bolsas a partir de agosto, para desenvolver a pesquisa "A divulgação científica de História Ambiental nas redes sociais: investigando a produção dos grupos de pesquisa do Sul e Sudeste", aprovado no PIBIC-CNPq Ensino Médio. Este projeto faz parte do estudo coordenado pelo pesquisador Martin, que se dedica à divulgação científica em redes sociais no GPHAVI. 

Para estudantes da graduação (multidisciplinar) serão concedidas duas bolsas (recrutando) PIBIC CNPq no projeto de IC  "História ambiental da agropecuária no Vale do Itajaí (SC) nos séculos XVIII e XIX".  A IC faz parte do projeto desenvolvido pelo pesquisador Gilberto  "Agricultura e pecuária: história ambiental e desenvolvimento regional no Vale do Itajaí (SC)" no Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional.

Cada atividade requer uma dedicação de horas de trabalho, que nosso caso será realizada presencialmente Centro de Pesquisa Histórica na sala R-109, com horário combinado com o orientador da atividade (Gilberto e Martin). O estudante estará em contato com outros estudantes da IC dos grupos do Departamento de História e Geografia,  professores pesquisadores envolvidos nas ICs e que usam o espaço com um laboratório para pesquisas de História. É uma experiência muito importante na formação do estudante, principalmente com o contato direto com o fazer ciência e a rotina de trabalho na pesquisa acadêmica.

A seleção de bolsistas para os projetos de Iniciação Científica na graduação está em andamento. Os interessados em participar podem entrar em contato diretamente com o coordenador Gilberto através do e-mail frieden@furb.br

Para ter mais informações sobre o IC, bolsa etc., consulte os editais aqui:



Mais informações sobre IC, pesquisas, bolsas, programas, na FURB, clique aqui!

Se quer saber sobre a pesquisa em si, entre em contato conosco, agende uma conversa e venha participar.

Para mais informações e atualizações sobre o GPHAVI, acompanhe nossas redes sociais! Fique por dentro das últimas novidades e não perca a chance de participar dessa jornada de descobertas e aprendizado!

terça-feira, 9 de julho de 2024

Aprovamos a IC para o Ensino Médio Investigando a Divulgação Científica de História Ambiental nas Redes Sociais

O GPHAVI aprovou o desenvolvimento de uma nova Iniciação Científica que contará com o apoio de dois estudantes do ensino médio da Escola Técnica do Vale do Itajaí (ETEVI). O projeto, intitulado "A Divulgação Científica de História Ambiental nas Redes Sociais: Investigando a Produção dos Grupos de Pesquisa do Sul e Sudeste", tem como objetivo explorar como a História Ambiental está sendo comunicada ao público através das redes sociais pelos grupos de pesquisa das Instituições de Ensino Superior (IES) das regiões Sul e Sudeste do Brasil.

Como já sabemos, a História Ambiental é um campo de estudo que tem se consolidado ao longo dos últimos anos em resposta aos desafios ambientais contemporâneos e à necessidade de entender as complexas relações entre os seres humanos e o meio ambiente ao longo do tempo. Conforme destacado por estudiosos, a História Ambiental não apenas examina como na História Humana a natureza é uma dimensão importante, mas também investiga de que maneira as atividades humanas impactaram os ambientes e os resultados dessas interações para ambos os lados. Desde seu desenvolvimento na academia, carrega nos estudos, compromissos éticos com a agenda ambiental, e, por isso, a divulgação científica se torna uma ferramenta essencial para disseminar conhecimento, promover debates públicos e engajar a sociedade nas questões ambientais. Hoje as redes sociais e o uso dos Smartfones levam o conhecimento a outras possibilidades de compreensão pela comunidade em geral. E isso efetiva o conhecimento e a reciprocidade existente no papel político do conhecimento científico. Assim, esta Iniciação Científica tem como proposta estabelecer através de um levantamento exploratório o início de estudos para entendermos o fenômeno da divulgação de conteúdos de História Ambiental. E com esta pesquisa em participar, que poderá se tornar IC de graduação, identificando como os grupos de pesquisa utilizam as redes sociais para promover seus conhecimentos. 

Esta pesquisa de Iniciação Científica está vinculada ao projeto Divulgação Científica em Redes Sociais, no qual estamos desenvolvendo duas pesquisas paralelas. A primeira, liderada pelo pesquisador Martin durante seu pós-doutorado, analisa a divulgação científica dos programas de pós-graduação em desenvolvimento regional no Brasil nas redes sociais. A segunda é a recém-aprovada Iniciação Científica, foco deste texto, que foca especificamente na História Ambiental e na divulgação dos grupos de pesquisa das regiões Sul e Sudeste do país.

Acompanhe o andamento dos editais de pesquisa da FURB, clique aqui.

Acompanhe o blog e nossas redes sociais para ficar por dentro das atualizações sobre o andamento da pesquisa e das oportunidades de envolvimento!

segunda-feira, 8 de julho de 2024

Quanto vale um Parque Nacional? Apontamentos para a História Ambiental do Desenvolvimento das comunidades do entorno do Parque Nacional da Serra do Itajaí

Hoje trazemos uma pesquisa relevante para o desenvolvimento sustentável da região: "História Ambiental e Desenvolvimento: as comunidades e o papel do Parque Nacional da Serra do Itajaí (SC) para o desenvolvimento regional mais sustentável". O estudo, conduzido pelo pesquisador Martin em seu doutorado sob orientação do pesquisador Gilberto, investigou a memória ambiental da região, a história e os processos do desenvolvimento regional de 2004 até o início do doutorado de Martin em 2015. Inicialmente, no GPHAVI concentrou-se no Parque Natural Municipal Nascentes do Garcia e posteriormente no Parque Nacional da Serra do Itajaí e as comunidades do entorno.

A pesquisa envolveu a coleta de relatos de antigos moradores das 32 comunidades no entorno do parque, em diversas iniciativas científicas, financiadas ou não, culminando no desenvolvimento da pesquisa da tese em Desenvolvimento Regional. Segundo o pesquisador, é notável como a Revolução Industrial até hoje provoca transformações profundas no modo de vida, na configuração social, no uso do solo e no avanço das tecnologias, gerando impactos significativos no meio ambiente. 

Desde o final do século XIX, diversos movimentos sociais ambientalistas emergiram para abordar as problemáticas ambientais, destacando-se na sociedade capitalista ao tentar preservar áreas naturais dos avanços do progresso industrial. Associado a isso os avanços do conhecimento científico na ecologia e na biologia da conservação apontam a necessidade dessas áreas para a resiliência e conservação de qualidade ambiental e de serviços ambientais fundamentais para a vida humana em pleno desenvolvimento. Contudo, essas preocupações entraram em agendas de Conferencias Mundiais que discutiram a questão ambiental, e se chegou a constatação que uma das melhores soluções para amenizar, freia e restaurar a qualidade ambiental e os serviços ambientais perdidos pelas consequências do desenvolvimento, é a criação ode áreas naturais conservadas, os chamados parques ou Unidades de Conservação. Isso resultou em alguns tipos de parques, e cada tipo possui uma justificativa científica existencial, assim existem parque de proteção integral, é o espaço na vida não humana, de uma pequena parte de um todo que sobrou, e os humanos apenas podem visitar e fazer pesquisas,  assim como existem áreas onde é permitida maior interação humana no ambiente, como os Reservas Extrativistas para povos tradicionais. 

Uma das estratégias fundamentais para mitigar esses impactos tem sido a criação de áreas de proteção natural, conhecidas no Brasil como Unidades de Conservação. Na Serra do Itajaí, a exploração madeireira incentivou a formação de comunidades e um desenvolvimento inicial centrado na exploração dos recursos naturais. A partir das décadas de 1970 e 90, movimentos ambientalistas na região de Blumenau impulsionaram a conservação da Serra do Itajaí e isso levou à criação do Parque Nacional da Serra do Itajaí em 2004. Este marco trouxe consigo novos modelos de atividades econômicas, promovendo mudanças significativas no desenvolvimento local. 


O objetivo principal da pesquisa foi descrever a história ambiental do desenvolvimento das comunidades no entorno do parque, analisando tanto o período anterior quanto posterior a criação do parque. Para isso, foram utilizados dados secundários como bibliografias, documentos oficiais e relatórios de pesquisa, além de transcrições de entrevistas com antigos moradores locais, disponíveis no acervo científico do Grupo de Pesquisas de História Ambiental do Vale do Itajaí da Universidade Regional de Blumenau. Além disso, dados primários foram coletados por meio de observações de campo e entrevistas com moradores e empreendedores locais, visando compreender os modelos de desenvolvimento mais sustentáveis que emergiram com a criação do parque. A pesquisa identificou quatro fases distintas na história ambiental do desenvolvimento das comunidades no entorno do Parque Nacional da Serra do Itajaí:
  1. Primeira etapa (1850-1920): Formação e colonização do território, com ênfase na exploração da madeira e agricultura de subsistência.
  2. Segunda etapa (1920-1970): Desenvolvimento impulsionado por ciclos econômicos como a exploração da madeira, cultivos diversos e mineração, além do crescimento de manufaturas locais.
  3. Terceira etapa (1970-2004): Período marcado pelo ciclo da madeira, mineração, cultivo de fumo e arroz, e início do reflorestamento. Neste período, ocorreu uma transição demográfica significativa, com jovens migrando para centros urbanos devido às legislações ambientais e desafios na produção rural. Surgiram também espaços de lazer na região.
  4. Quarta etapa (2004 em diante): Iniciada com a criação do Parque Nacional da Serra do Itajaí, esta fase promoveu a adoção de modelos de desenvolvimento mais sustentáveis. A presença de Unidades de Conservação como o parque tem desempenhado um papel crucial no fomento ao desenvolvimento sustentável, onde a conservação ambiental se tornou uma prioridade.

O estudo mostra como a criação de uma Unidade de Conservação pode transformar a dinâmica de desenvolvimento local, deslocando-se de uma economia baseada na exploração de recursos naturais para modelos que priorizam a conservação como pilar para o uso sustentável desses recursos. Esse impacto vai além das fronteiras locais, promovendo a conservação e fortalecendo a resiliência da natureza, o que resulta na ampliação dos serviços ecossistêmicos proporcionados por áreas protegidas como o Parque Nacional da Serra do Itajaí.

É um espaço crucial para conscientizar as pessoas sobre a importância de manter áreas sem presença humana, permitindo que a natureza se regenere de maneira natural e melhore rapidamente suas condições ecológicas. Assim, o Parque Nacional da Serra do Itajaí não apenas beneficia diretamente a qualidade de vida das comunidades próximas e além, incluindo seus recursos hídricos, mas também representa um ecossistema vital para toda a vida, humana e não humana. É essencial proteger esse ambiente de interesses econômicos ou sociais que possam comprometer sua integridade, pois a saúde da vida não humana é fundamental para sustentar a vida humana.





sexta-feira, 5 de julho de 2024

Projeto de Pesquisa: A Divulgação Científica em Redes Sociais

O projeto de pesquisa "A Divulgação Científica em Redes Sociais" é coordenado pelo historiador e cientista social Dr. Martin Stabel Garrote em colaboração com a bióloga Dra. Vanessa Dambrowski e o geógrafo Dr. Gilberto Friedenreich dos Santos. O projeto, desenvolvido no Grupo de Pesquisa em História Ambiental do Vale do Itajaí (GPHAVI), teve início a partir do interesse de Martin em analisar como as redes sociais estão disseminando conhecimento na área da história ambiental. Isso ocorreu a partir da criação e monitoramento, e do engajamento social nas  ferramentas web como o blog, facebook, youtube e principalmente instagram do GPHAVI.

Diante dessa questão, os pesquisadores propuseram uma pesquisa exploratória através de uma Iniciação Científica (IC), dando início ao desenvolvimento do projeto. Posteriormente, motivados pela possibilidade de um edital de estágio pós-doutoral, Martin propôs uma pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da FURB, que foi aceita. Por ser voltada para o campo do Desenvolvimento Regional, a proposta parte com o objetivo de investigar a divulgação científica produzida pela pesquisa dos Programas de Pós-graduação (mestrado e doutorado) do Brasil.

A pesquisa de pós-doutoramento "A Divulgação Científica dos Programas de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional em Redes Sociais no Brasil" teve início em julho/agosto deste ano e está programada para ser concluída em 12 meses. A partir de julho de 2024, iniciaremos a divulgação deste projeto de pós-doutorado em nosso blog, Instagram, Facebook e canal do YouTube. Além disso, vamos compartilhar outras pesquisas do grupo que porventura se engajem na proposta maior de analisar a divulgação científica em redes sociais.

Essas iniciativas visam não apenas ampliar o alcance e a visibilidade das pesquisas realizadas, mas também promover uma maior interação com a comunidade acadêmica e o público interessado em desenvolvimento regional e divulgação científica.

Acompanhe o desenvolvimento da pesquisa a partir das notificações e publicações mensais do seu processo de desenvolvimento. No menu da direita localize a página do projeto, acesse e acompanhe. Em breve traremos maiores novidades sobre as etapas da pesquisa.