Imagens da caça de baleias em Imbituba foram registradas na década de 1950. Fonte |
sábado, 26 de outubro de 2024
Apontamentos sobre a pesca no litoral do Vale do Itajaí em 1950
segunda-feira, 21 de outubro de 2024
Pesquisadores publicam estudo na GEOSul
O processo de exploração, que se estendeu por mais de um século, reflete um ciclo que começou com a subsistência, passou pela agricultura e mineração e culminou na industrialização. Cada etapa trouxe desenvolvimento econômico, mas também impactos ambientais significativos, exigindo novas práticas de gestão dos recursos naturais. Esse panorama destaca a importância de olhar para o passado para entender como a interação entre natureza e sociedade moldou o presente. A História Ambiental, ao revelar essas conexões, oferece subsídios fundamentais para repensar as estratégias de uso do território e buscar formas mais sustentáveis de desenvolvimento para o futuro. A pesquisa contou com financiamento FAPESC, Estado de santa Catarina.
Para ver o estudo na integra clique aqui.
domingo, 20 de outubro de 2024
O que os Estudantes Pesquisadores do PIBIC CNPq Ensino Médio da FURB estão desenvolvendo em suas Pesquisas de Iniciação Científica?
Imagem criada com IA |
terça-feira, 8 de outubro de 2024
Resenha: Historia ambiental de América Latina: origen, principales interrogantes y lagunas
domingo, 6 de outubro de 2024
Como fazer História Ambiental no entorno de Unidades de Conservação? Um relato sobre as experiências no entorno do Parque Nacional da Serra do Itajaí
- História de Vida: Comece pedindo para o entrevistado contar sobre sua vida, de onde ele veio, como era sua infância, como a comunidade foi mudando ao longo do tempo.
- História do Ambiente e da Comunidade: Pergunte sobre a história local, quem eram os primeiros habitantes (se falarem de indígenas amplie esses questionamentos) como as pessoas se instalaram ali, por que vieram, os motivos. Pergunte sobre quantidade de famílias, as mais antigas do local, procure saber os momentos de fluxo de mudanças de demografia, e os motivos ao longo do tempo da comunidade. Também aproveite para saber de lendas locais podem aparecer reações com a natureza, pergunte sobre as atividades cotidianas da vida e como ela foi se modificando buscando entender os fatores. Aproveite para questionar sobre informações do passado da paisagem antigamente, quais animais e tipos de árvores existiam e hoje não mais, e quais mudanças ocorreram no ambiente.
- A exploração do ambiente e práticas agropecuárias: Questione sobre a exploração da floresta, se haviam empresas, e como era feita a exoração, as técnicas e tecnologias, assim como quais eram as principais espécies e de que forma a exploração modificou a paisagem. Questione sobre os usos dados a exploração da floresta, os usos da madeira e outras coisas que venham a surgir na conversa. Tente saber se existiam outras atividades extrativistas, e busque conhecer suas histórias. É importante saber como a floresta foi usada ao longo do tempo. Pergunte sobre as árvores cortadas, o uso da madeira e a comercialização de recursos naturais, como o palmito e o xaxim. Questione sobre as práticas agrícolas da comunidade. Quais eram as áreas escolhidas, e por que faziam as escolhas dos locais, como era o desmatamento, o que se fazia com a madeira retirada, havia exploração de carvão, comercio de lenha. Questione o tipo de cultivo era feito, as técnicas e tecnologias utilizadas, e como elas mudaram com o tempo. Interrogue sobre o impacto dessas práticas no meio ambiente. Pergunte sobre a criação de animais, como é a forma que era realizada e modificou com o tempo. Sobre modificações, doenças, pragas etc.
- Caça e Pesca: É importante perguntar sobre a relação com a fauna local. Como as pessoas comiam carne antigamente, para conhecer as histórias de caça, e os animais caçados ou pescados, e como isso mudou ao longo do tempo. Da mesma forma inter-relacione com as modificações da paisagem, como a quantidade de água dos rios.
- Percepção sobre a Unidade de Conservação: Por fim, questione sobre a criação do parque ou da reserva e como isso afetou a vida da comunidade. Houve resistência? A área protegida trouxe mudanças no cotidiano ou nas práticas econômicas? Pergunte o que mudou, e tente retirar da percepção dos entrevistas se com a UC houve melhorias nas condições de vida da população humana, assim como resiliência da floresta, até mesmo mudanças de hábitos, como diminuição da caça, ou do corte da floresta.
sábado, 5 de outubro de 2024
Memórias da Serra do Itajaí: um estudo sobre memória ambiental no entorno de uma Unidade de Conservação
O texto trata sobre um território protegido pelo Parque Nacional da Serra do Itajaí (PNSI), criado em junho de 2004, com uma área de 57.374 hectares, assim como trata do seu papel na preservação da Floresta Atlântica e sua biodiversidade. O parque abrange 9 municípios de Santa Catarina, incluindo Apiúna, Ascurra, Botuverá, Blumenau e outros. Antes da criação do PNSI, comunidades humanas já ocupavam a região, e sua interação com a floresta foi marcada principalmente pela exploração e destruição dos recursos naturais.
O estudo apresenta que, com a chegada dos colonos europeus no século XIX, ocorreram alterações profundas na paisagem da Serra do Itajaí, uma vez que estes novos moradores passaram a encarar a floresta como um obstáculo a ser dominado para o desenvolvimento de uma civilização moldada pelos padrões europeus. Os colonizadores, provenientes de países como Alemanha, Itália, Rússia e Polônia, ocuparam a floresta de maneira irracional, derrubando-a para dar lugar a moradias, campos agrícolas e pastagens. O impacto ambiental foi severo, com ecossistemas destruídos à medida que o território foi sendo colonizado.
O texto menciona um levantamento realizado pela ACAPRENA (Associação Catarinense de Preservação da Natureza, momento pré Plano de Manejo da UC), que identificou mais de 30 comunidades no entorno do PNSI, algumas das quais entornam e adentram na área do parque criado. Antes disso, estas comunidades em sua interação e interdependência ambiental contribuíram para a criação de estágios variados de sucessão ecológica, desde áreas com capoeirinha até matas secundárias com elevado índice de regeneração. A presença humana e o processo de colonização ameaçam as relações ecológicas da floresta.
O Grupo de Pesquisas de História Ambiental do Vale do Itajaí (GPHAVI) desenvolveu pesquisas para documentar a História Ambiental das comunidades que rodeiam o PNSI, utilizando a História Oral como metodologia central. Entre 2004 e 2009, o grupo realizou pesquisas em municípios como Apiúna, Blumenau, Botuverá, Gaspar e Indaial, coletando a memória dos antigos moradores sobre suas relações com a natureza. A história oral permitiu o resgate de memórias valiosas sobre como a floresta foi sendo transformada ao longo do tempo, e como a biodiversidade se tornou um recurso essencial para a sobrevivência das comunidades.
As entrevistas realizadas com 30 moradores, com média etária de 75 anos, das comunidades em Botuverá (Salto de Águas, Beira Rio, Lageado Central, Lageado Baixo, Lageado Alto, Ribeirão do Ouro, Areias Alta e Areias Baixa) As entrevistas proporcionaram uma memória coletiva rica em detalhes sobre os usos da floresta, desde a caça e pesca até a agricultura e extração de madeira, ouro, cal e calcário. Os relatos demonstraram como a natureza foi sendo progressivamente humanizada, adaptada para atender às necessidades de sobrevivência e desenvolvimento das comunidades.
Fornos de Cal - GPHAVI |
Além disso, o texto discute as vantagens e limitações da História Oral como metodologia para a pesquisa em História Ambiental. Embora existam desafios, como a subjetividade e a necessidade de estar atento às reconstruções narrativas, o método permite o resgate de informações não documentadas, preenchendo lacunas na historiografia e oferecendo uma visão mais completa da história das interações entre sociedade e natureza.
O uso da memória como fonte histórica permitiu ao GPHAVI reconstruir parte da história do passado ambiental da região, oferecendo um panorama detalhado sobre as transformações da paisagem, as práticas culturais associadas ao uso dos recursos naturais e as consequências ecológicas da exploração ao longo do tempo, contadas pelos próprios sujeitos constituintes da história local. A pesquisa evidencia a importância da história oral na construção de uma história ambiental rica e contextualizada, especialmente em regiões onde a historiografia tradicional é escassa e não tem como foco de objeto de estudo. Nestas regiões a memória é fundamental para a construção da História. E como as pessoas tem um ciclo rápido de existência, é de suma importância o interesse nas pessoas mais velhas pois nelas a memória ajuda a estabelecer quadros históricos do passado inexistentes em fontes documentais.
quarta-feira, 2 de outubro de 2024
Ambiente, História, Desenvolvimento e onde as pessoas moravam?
No início da colonização, as construções eram extremamente rudimentares, refletindo tanto a precariedade dos materiais disponíveis quanto o isolamento em que viviam os colonos. As primeiras casas eram cobertas de palha e erguidas com madeira de árvores locais. O chão era de terra batida, e as paredes eram feitas de troncos e ripas de madeira amarrados com cipós. Essas moradias rústicas, além de apresentarem condições de habitabilidade muito precárias, utilizavam azeite de baleia e velas de sebo para iluminação, evidenciando a escassez de recursos e a necessidade de improvisação.
Com o tempo, à medida que o conhecimento sobre as características da flora local aumentava, os colonos passaram a selecionar melhor os materiais utilizados na construção. As perobas e imbuías, conhecidas por sua durabilidade e resistência, tornaram-se as preferidas para a construção de casas e estruturas mais complexas. Essa evolução nas técnicas construtivas não foi apenas uma adaptação prática, mas um processo de aprendizado profundo sobre o ambiente e suas potencialidades.
A evolução das construções foi, portanto, um reflexo direto do processo de adaptação ao novo meio ambiente. À medida que as técnicas de manejo e aproveitamento dos recursos locais se aprimoraram, as habitações passaram de estruturas improvisadas a edificações mais sólidas e funcionais, com telhados de telha e paredes de madeira bem tratada. Essa transformação demonstra como a interação entre os colonos e a natureza local resultou em um conhecimento ambiental que foi fundamental para a sobrevivência e desenvolvimento da comunidade.
Essas adaptações e a incorporação de materiais mais adequados evidenciam a capacidade de inovação dos colonos e a importância do conhecimento empírico transmitido entre gerações. A utilização de espécies arbóreas mais resistentes, que poderiam resistir às intempéries e ao ataque de pragas, revela não apenas uma busca por conforto e segurança, mas também uma estratégia de longo prazo para estabelecer uma infraestrutura sólida e duradoura.
Guerra e meio ambiente: um ciclo de destruição
Fonte: Brasil de Fato |
Fontes:
Wikipedia: 2024 Israeli invasion of Lebanon
Queen Mary University of London: New study reveals substantial carbon emissions from the ongoing Israel-Gaza conflict