O artigo,
Apontamentos para uma história ambiental do uso dos recursos naturais em Botuverá, publicado na
Geosul (v. 39, n. 90, mai./ago. 2024), investiga o uso dos recursos naturais em Botuverá entre 1876 e o final do século XX, revelando as transformações sociais e ambientais ocorridas ao longo desse período. O território estudado localiza-se no Médio Vale do Rio Itajaí-Mirim, no município de Botuverá. Uma região que apresenta uma paisagem moldada por serras de encostas íngremes e vales estreitos, originalmente cobertos por uma densa Mata Atlântica. Contudo, a ocupação humana e a exploração dos recursos naturais desde o final do século XIX transformaram profundamente esse ambiente. A pesquisa identificou quatro períodos marcantes na relação da sociedade local com os recursos naturais, cada um caracterizado por diferentes formas de extrativismo, uso do solo e desenvolvimento econômico. Também evidenciou como a exploração dos recursos naturais impactou profundamente o ecossistema da Mata Atlântica. O desmatamento extensivo, especialmente durante os primeiros ciclos de uso do solo e exploração de madeira, alterou o ciclo hidrológico, levando ao assoreamento de rios e riachos. Com a mineração, novas pressões surgiram sobre o meio ambiente, agravando a degradação do solo e dos cursos d'água. Além das mudanças físicas na paisagem, o estudo destaca que a transformação das atividades produtivas, do extrativismo para a indústria, gerou novos desafios. Hoje, Botuverá enfrenta a necessidade de equilibrar desenvolvimento econômico e conservação ambiental, especialmente em um contexto de maior conscientização sobre a importância de preservar os remanescentes da Mata Atlântica.
O processo de exploração, que se estendeu por mais de um século, reflete um ciclo que começou com a subsistência, passou pela agricultura e mineração e culminou na industrialização. Cada etapa trouxe desenvolvimento econômico, mas também impactos ambientais significativos, exigindo novas práticas de gestão dos recursos naturais. Esse panorama destaca a importância de olhar para o passado para entender como a interação entre natureza e sociedade moldou o presente. A História Ambiental, ao revelar essas conexões, oferece subsídios fundamentais para repensar as estratégias de uso do território e buscar formas mais sustentáveis de desenvolvimento para o futuro. A pesquisa contou com financiamento FAPESC, Estado de santa Catarina.
Para ver o estudo na integra clique aqui.
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