"Eu sou o que me cerca. Se eu não preservar o que me cerca, eu não me preservo".
José Ortega y Gasset

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Estudantes e pesquisadores publicam resumo da pesquisa CNPq realizada em Doutor Pedrinho-SC.

Nos últimos dois anos a pesquisa A HISTÓRIA AMBIENTAL DA RIZICULTURA EM DOUTOR PEDRINHO-SC vem sendo desenvolvida sob coordenação da pesquisadora  Ana Claudia Moser e orientação do professor Gilberto Friedenreich dos Santos. 

A pesquisa foi iniciada por Ana em seu Trabalho de Conclusão de Curso, e durante suas atividades docentes na Escola de Educação Básica Frei Lucínio Korte, em Doutor Pedrinho, com parceria do GPHAVI ampliou os estudos da História Ambiental da Rizicultura inserindo os jovens do ensino médio diretamente na pesquisa acadêmica com o PIBIC/CNPq Ensino Médio. Os resultados foram divulgados nos Anais  da 8º Mostra Integrada de Ensino Pesquisa e Extensão da FURB. Veja o resultado:

A HISTÓRIA AMBIENTAL DA RIZICULTURA EM DOUTOR PEDRINHO-SC
Ana Paula de Castilho, Gean Marcarini, Joyce Purim; Tainá Buzzi; Gilberto Friedenreich dos Santos; Ana Cláudia Moser

O município de Doutor Pedrinho localiza-se no Alto Vale do Rio Itajaí-açu, na bacia hidrográfica do Rio Benedito. Analisa-se a história ambiental da rizicultura no município com o propósito de explicar o papel que a tecnologia desempenha no agravamento dos problemas ambientais da região. A metodologia de pesquisa é composta por três etapas: levantamento de dados primários, realização de entrevistas semi-estruturadas e observação sistemática e participante no contexto da rizicultura. Dividiu-se o processo de desenvolvimento da rizicultura em três padrões de acordo com a inserção de novas tecnologias no cultivo. O primeiro padrão corresponde ao período de inserção do cultivo e corresponde a meados da década de 1920 até meados da década de 1950. Entre as características observadas nesse período destaca-se a proximidade do agricultor com a natureza, pois poucos eram as ferramentas tecnológicas disponíveis e o sucesso do cultivo dependia da observação sistemática da natureza e do acompanhamento de todo o processo de cultivo de maneira próxima. Segundo os entrevistados esse período foi marcado pelo trabalho manual. A partir da década de1960 a introdução dos tratores no processo produtivo e a intensificação da participação da extensão rural marcam o início de um novo padrão que perdura até meados da década de 1980. De acordo com os entrevistados o número de pessoas envolvidas no cultivo diminui significativamente nesse período. Na medida em que novas tecnologias são inseridas e a extensão rural passa a participar de forma mais ativa no processo produtivo, o agricultor distancia-se gradativamente da natureza. Simultaneamente os impactos do cultivo agravam-se. A intensificação do uso de agroquímicos, sementes selecionadas e de equipamentos agrícolas próprios para o cultivo de arroz a partir da década de 1990 marcam o terceiro padrão de desenvolvimento e segue até os dias de hoje. Com a intensificação do uso dos equipamentos e implementos consolida-se o distanciamento do agricultor da natureza, assim como os impactos ambientais causados pelo cultivo. As consequências dessa interação sociedade e natureza ampliaram os impactos ambientais proporcionalmente à modernização do sistema produtivo. Contudo, é necessário destacar a percepção nos discursos dos entrevistados e nos documentos analisados até então, que, nos últimos anos formas de compreender e minimizar os impactos da irrigação tem sido procuradas e debatidas pelos agricultores e pelas instituições ligadas a eles (como Cooperativas e a EPAGRI).

Fonte Financiadora: PIBIC CNPq EM / FURB / GPHAVI.
Anais do MIPE: www.furb.br/_upl/files/especiais/mipe/2014/Resumos%20pesquisa_anais.pdf

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