"Eu sou o que me cerca. Se eu não preservar o que me cerca, eu não me preservo".
José Ortega y Gasset

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Suzana Beatriz Peters apresenta seu TCC Trabalho de Conclusão de Curso em História.

Martin, Suzana e Gilberto

Ocorreu nesta última quarta-feira, dia 7 de dezembro de 2022 a apresentação do TCC de História da bolsista/pesquisadora Suzana Beatriz Peters: Documentário ‘Ser Tão Velho Cerrado’: Um estudo da área de Proteção Ambiental de Pouso Alto (GO) na perspectiva da História Ambiental. O estudo foi defendido tendo como orientadores os professores Dr. Gilberto Friedenreich dos Santos e Dr. Martin Stabel Garrote, e avaliado pela banca composta ainda pela Dr. Cristina Ferreira, e Dr. Sandro Dutra e Silva.

O estudo teve como objetivo analisar os discursos do documentário “Ser tão velho Cerrado'', acerca da APA de Pouso Alto, na perspectiva da História Ambiental”. O estudo apresenta discussões sobre os conceitos de território e fronteira e relaciona com os processos de territorialização da APA de Pouso Alto. Também identifica no documentário “Ser Tão Velho Cerrado” as atividades econômicas que interferem no território da APA de Pouso Alto e analisa os discursos a favor e contra a conservação do Cerrado. A pesquisa de Suzana constatou que as ações da mineração e do agronegócio através da pastagem e principalmente a monocultura de soja transgênica resultam no assoreamento do solo, contaminação dos recursos hídricos, envenenamento de alimentos, precarização do trabalho e concentração de renda no território da APA de Pouso Alto. Os povos cerradeiros, através do ecoturismo e da agricultura familiar, buscam o desenvolvimento sustentável e geram distribuição de renda. Identificou-se dois discursos dicotômicos acerca da conservação da APA de Pouso Alto, de um lado os ruralistas com o discurso utilitarista e do outro os povos cerradeiros com o preservacionismo. Suzana realizou diversas Iniciações Científicas no GPHAVI, e elaborou um projeto de IC para analisar o documentário, e a partir dele desenvolveu seu TCC. O estudo está em processo de catalogação na Biblioteca da Universidade Regional de Blumenau e em breve postaremos um link para o estudo ser consultado online. Para saber mais sobre Suzana acesse o seu currículo aqui, ou entre em contato diretamente com a pesquisadora clicando aqui.


segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Estudo sobre as comunidades do entorno Oeste do Parque Nacional da Serra do Itajaí é publicado na Revista Blumenau em Cadernos

Foi publicado na Revista Blumenau em Cadernos, o estudo História Ambiental do Entorno Oeste do Parque Nacional da Serra do Itajaí. O estudo é resultado de uma Iniciação Científica desenvolvida pelo pesquisador Kayuã Girardi entre 2017 e 2018 através dos recursos do PIPe Art. 170 Estado de Santa Catarina. O estudo ainda conta com a autoria dos pesquisadores Martin e Gilberto, que participaram de sua orientação ainda quando estudante da graduação. Atualmente Kayuã é formado em Ciências Sociais, bolsista Capes de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da Universidade Regional de Blumenau, atuou no grupo em diversas iniciações científicas e hoje é um colaborador. 

O estudo publicado apresenta informações inéditas sobre a História das comunidades do entorno do PNSI em Ascurra, Apiúna, Presidente Nereu e Vidal Ramos. O estudo apresenta uma caracterização do ambiente, a colonização e desenvolvimento das comunidades mencionando os usos dos recursos naturais e os impactos causados e um panorama atual.

Fonte:

GIRARDI, Kayuã; GARROTE, Martin Stabel; SANTOS, Gilberto Friedenreich. História ambiental do entorno Oeste do Parque Nacional da Serra do Itajaí. Revista Blumenau em Cadernos, t.63, n.05, set/out, p.27-53. 2022.

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Análise da paisagem e modelos de nicho como estratégias para a indicação de áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade na Bacia do Itajaí-SC: subsídios para a construção de um protocolo.

A pesquisadora do grupo Vanessa Dambrowski apresentará no dia 26 de setembro deste ano, sua pesquisa de tese doutoral, no Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental, tendo como tema/título Análise da paisagem e modelos de nicho como estratégias para a indicação de áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade na Bacia do Itajaí-SC: subsídios para a construção de um protocolo. O estudo desenvolvido com Vanessa teve como orientação a professora Dra. Rosemeri C. Marenzi. A defesa ocorrerá na UNIVALI e conta com a banca examinadora composta pelos professores: Dra. Carolina S. Mussi; Dr. Joaquin Olindo Branco - UNIVALI; Dr. Marcus Polette - UNIVALI; Dra. Alba Regina Azevedo Arana - UNOESTE; Dr. Júlio C. Refosco - FURB. Em breve maiores informações!

terça-feira, 20 de setembro de 2022

Pesquisador do grupo participa de cine debate na Universidade Regional de Blumenau

Rouge é um filme franco-belga de 2020 dirigido por Farid Bentoumi. O filme segue a história de Nour, uma jovem enfermeira que é contratada para trabalhar em uma fábrica de produtos químicos. Nour logo descobre que a fábrica está despejando poluentes no meio ambiente e causando doenças aos trabalhadores. Ela decide denunciar as atividades da fábrica, mas logo se vê em perigo.

O filme aborda temas como a exploração dos trabalhadores, a poluição ambiental e a luta pela justiça social. Nour é uma personagem forte e determinada que representa a luta dos trabalhadores por melhores condições de vida. O filme é um poderoso alerta sobre os perigos da poluição ambiental e da exploração dos trabalhadores.

Rouge foi aclamado pela crítica, sendo elogiado por sua direção, atuação e roteiro. O filme foi indicado a diversos prêmios, incluindo o César de Melhor Filme Francês.  Aqui estão alguns dos temas principais do filme:

  • Exploração dos trabalhadores: O filme mostra como os trabalhadores da fábrica são explorados por seus empregadores. Eles são submetidos a longas horas de trabalho, salários baixos e condições perigosas.
  • Poluição ambiental: O filme mostra como a poluição ambiental está afetando a saúde dos trabalhadores e do meio ambiente. A fábrica está despejando poluentes no rio que passa pela cidade, causando doenças e danos à vida selvagem.
  • Luta pela justiça social: Nour representa a luta dos trabalhadores por melhores condições de vida. Ela decide denunciar as atividades da fábrica, mesmo sabendo que isso pode colocá-la em perigo.

Rouge é um filme importante e relevante que aborda temas atuais e importantes. O filme é um alerta sobre os perigos da exploração dos trabalhadores, da poluição ambiental e da luta pela justiça social.





sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Estudo é publicado na Revista Caminhos de Geografia tratando da paisagem e uso da biodiversidade no Vale do Itajaí do século XIX

F
oi publicano na Revista Caminhos de Geografia o estudo A paisagem e uso da biodiversidade da Mata Atlântica no Vale do Itajaí-Açu (Santa Catarina) no século XIX. O estudo de autoria dos pesquisadores Gilberto e Martin, apresenta um panorama sobre as diversas atividades de extrativismo (caça; pesca; vegetal e madeireiro) da Mata Atlântica, e o uso dessa biodiversidade no século XIX, e com elas, impressões da paisagem natural da floresta do período. Em síntese as fontes apresentaram descrições sobre a beleza da Mata Atlântica, sobre o extrativismo madeireiro como uma importante atividade do desenvolvimento, e demais usos da da biodiversidade. "A riqueza na variedade da flora representa uma diversidade nas propriedades das espécies, como dureza, resistência, facilidade de manuseio da madeira, e a composição química que condicionaram o uso para diversos fins"(SANTOS, GARROTE, 2022). Para acessar o estudo completo, clique aqui!

Referência:
Santos, G. F., & Garrote, M. S. (2022). A PAISAGEM E USO DA BIODIVERSIDADE DA MATA ATLÂNTICA NO VALE DO ITAJAÍ-AÇU (SANTA CATARINA) NO SÉCULO XIX . Caminhos De Geografia, 23(88), 173–188. https://doi.org/10.14393/RCG238859437

terça-feira, 26 de julho de 2022

URGENTE: Parque Nacional da Serra do Itajaí (SC) sob ataque

URGENTE Parque Nacional da Serra do Itajaí (SC) SOB ATAQUE 

Por meio do PL 1.797/22, parlamentares catarinenses querem transformar o Parque em Floresta Nacional. O PNSI abriga espécies raras e ameaçadas, como o papagaio-de-peito-roxo e o gato-maracajá. Rebaixar sua categoria de proteção significa colocar em risco sua rica biodiversidade e seus grandes remanescentes de Mata Atlântica. ENTENDA O CASO https://youtu.be/WJn-6SFiSIQ

✍️ Assine petição pela proteção do parque: bit.ly/ParquePNSI

👉 VOTE CONTRA vote contra o PL na enquete da Câmara: bit.ly/Enquetecamara

Fonte: APREMAVI

sábado, 23 de julho de 2022

A memória ambiental em pesquisas de história: experiências no entorno do Parque Nacional da Serra do Itajaí – SC.

O artigo A memória ambiental em pesquisas de história: experiências no entorno do Parque Nacional da Serra do Itajaí – SC. de autoria de Martin Stabel Garrote, Vanessa Dambrowski e Gilberto Friedenreich dos Santos, apresenta uma análise sobre as atividades do Grupo de Pesquisas de História Ambiental do Vale do Itajaí entre 2004 até 2012, tratando de experiências realizadas com as ICs que usaram como fonte a História Oral, de moradores do entorno do Parque Nacional da Serra do Itajaí. A pesquisa analisou os relatórios de pesquisas e produção científica publicados pelo GPHAVI no período, assim como o acervo de transcrições de entrevistas, e as experiências da equipe. Os dados foram selecionados e compilados a fim de identificar narrativas / informações que contribuem para a descrição histórica do ambiente onde se inserem as comunidades, apontando algumas contribuições da memória ambiental como fonte para a História Ambiental. A pesquisa que resultou o artigo, foi apresentada no XIV Encontro Estadual de História de SC em 2012, e publicada nos anais do evento (Anais do XIV Encontro Estadual de História - Tempo, memórias e expectativas, 19 a 22 de agosto de 2012, UDESC, Florianópolis, SC). Para acessar o artigo na integra, clique aqui.

terça-feira, 19 de julho de 2022

Pesquisa na pós-graduação (mestrado/doutorado) em História Ambiental e Desenvolvimento Regional, é na FURB!

O pesquisador Dr. Gilberto Friedenreich dos Santos, coordenador do GPHAVI, e professor/orientador no Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional da Universidade Regional de Blumenau, orienta pesquisas que analisam o desenvolvimento regional a partir da História Ambiental. Está aberta a inscrição para o processo seletivo para o curso de Doutorado. Se você se interessa em historiar o desenvolvimento de uma região na perspectiva da História Ambiental, entre em contato com pesquisador no e-mail, ou conheça o programa clicando na imagem.




quinta-feira, 16 de junho de 2022

Estudo mostra a contribuição da História Ambiental como uma ferramenta na elaboração de políticas públicas para o desenvolvimento sustentável.

N
o contexto da crise ambiental a historiografia ambiental passa a produzir um conhecimento a respeito do uso da biodiversidade e pode ser usada no planejamento de políticas públicas de desenvolvimento sustentável. Neste artigo do pesquisador Martin Stabel Garrote a discussão contribui com o tema das políticas ambientais, discutindo o papel da historiografia ambiental como uma ferramenta para a formação de agendas de políticas públicas para o desenvolvimento sustentável. 

A pesquisa foi realizada através de análise qualitativa de dados secundários presentes em bibliografias, periódicos e relatórios sobre as temáticas da História Ambiental, Estado e Políticas Públicas. As análises indicaram que com os estudos da História Ambiental das regiões é possível averiguar as formas pelas quais a sociedade interagiu com a natureza, revelando a degradação e proporcionando com este conhecimento, novas medidas que evitem erros catastróficos contra o ambiente promovendo novos processos de desenvolvimento com a preocupação da sustentabilidade. 

O estudo conclui que a História Ambiental é uma necessidade enquanto ferramenta no processo de elaboração de agendas de políticas públicas que objetivem promover desenvolvimentos com a ênfase da sustentabilidade. Neste contexto, faz-se necessário à formação e a participação de historiadores ambientais em equipes interdisciplinares para que as relações entre a natureza e a sociedade sejam compreendidas em uma perspectiva histórica e crítica sobre os impactos do desenvolvimento. Com os estudos da História Ambiental o conhecimento sobre o ambiente e seu processo de territorialização apresentam elementos que podem ajudar na elaboração e nos processos das políticas públicas de desenvolvimento mais sustentáveis.

domingo, 27 de fevereiro de 2022

Como começar a fazer História Ambiental?

Uma boa maneira de começar os estudos, projetos e pesquisas, e produção de conhecimento na área da  História Ambiental, é conhecer o numero 8 do volume 4 da Revista Estudos Históricos de 1991 Na publicação denominada de História e Natureza, estão presente estudos considerados pioneiros/clássicos, e que ensinam como pode ser feita a História Ambiental. Eles dão uma boa base inicial: A história ambiental: temas, fontes e linhas de pesquisa, de José Augusto Drummond, e Para fazer história ambiental de Donald Worster.  São publicações que marcaram a história da História Ambiental no Brasil e que são muito citadas nas publicações decorrentes da expansão da área no país. Além esses estudos, no número você encontrará textos de Mary Louise Pratt, Antonio Carlos Robert Moraes, Lívia Barbosa, Stephen Greenblatt, e do historiador estadunidense brasilianista, e reconhecido como um dos pioneiros da área da História Ambiental no Brasil, Warren Dean! Vale muito a pena conferir, veja o número completo clicando aqui.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Pesquisadores do grupo apresentam resultados de suas pesquisas no XIX Encontro Nacional da ANPUR

Pesquisadores do grupo aprovam estudo no XIX Encontro Nacional da ANPUR. O estudo História do Desenvolvimento do Parque da Malwee e sua região em Jaraguá do Sul - SC: uma análise do processo de ocupação e desenvolvimento das margens do Rio Jaraguá no Vale do Itapocu, será apresentado pelo mestrando em Desenvolvimento Regional Kayuã Girardi, e publicado em Anais de Evento. O texto é decorrente de uma IC do FUMDES realizada pelos estudantes Kayuã e Juliano. Em breve divulgaremos a publicação do texto.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

O papel da História Ambiental?

Se o papel do Historiador é lembrar a sociedade daquilo que ela quer esquecer! A História Ambiental tem um papel importante na educação para um futuro "quizá" mais sustentável que hoje. A História Ambiental como uma forma de "praticar a Ciência História", possui as particularidades do ofício do historiador, mas com uma maior versatilidade transdisciplinar, integrativa. Com isso ela pode revolucionar a forma como se produz o conhecimento histórico, e a forma como esse conhecimento se insere nas revoluções sociais. É uma abordagem teórica e metodológica que integra os conhecimentos numa abrangência “planetária”, como afirma Edgar Morin em sua obra Terra Pátria, e em muitas outras. O historiador ambiental deve lembrar a sociedade sobre as consequências do seu modelo de vida, dos problemas ocasionadas pelas escolhas de ordenamento econômico, do uso da natureza como recurso econômico, pois não somos o único ser vivo que vive na Terra, e a vida e seu pleno funcionamento necessita de uma complexa relação, interação e de interdependência. Vivemos no Antropoceno, e a produção do conhecimento deve estar atenta a isso! E a História Ambiental segue esse percurso...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Um pouco da História Ambiental das comunidades de pescadores Costeira e Ribeira no Canal do Linguado - SC

Em 2015 as pesquisas realizadas pelo grupo no litoral instigaram os pesquisadores a investigar  través da História Ambiental, as comunidades de pescadores tradicionais da região do Canal do Linguado, em Santa Catarina. Em 20015 foi submetido o projeto de IC Canal do Linguado (norte da zona costeira do Estado de Santa Catarina): um estudo de história ambiental das comunidades tradicionais de pescadores, e desenvolvida com fomento de bolsas de IC pelo edital SED/FUMDES/Artigo 171 de 2015, com a participação de dois bolsistas, o estudante de História Wilham Verner Zilz e de Ciências Biológicas Dilso Roecker Junior. A pesquisa foi desenvolvida em duas comunidades situadas ao longo do canal do Linguado, norte da zona costeira do Estado de Santa Catarina. Uma situada a montante na margem esquerda do canal localizada no município de São Francisco do Sul, a comunidade da Ribeira; a outra situada à jusante da margem direita do canal no município de Barra do Sul. A Iniciação Científica contribuiu com o conhecimento sobre a região, e integrou outras pesquisas em desenvolvimento pelo Edital Pró-Integração n. 55/213, e os projetos interdisciplinares de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental - PPGEA e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional- PPGDR da Universidade Regional de Blumenau, e o Instituto Politécnico de Leiria (IPL) de Portugal. Os resultados da pesquisa foram publicados na Revista da Universidade do Vale do Rio Verde, no volume 15, número 2 de agosto/dezembro de 2017. 
De modo geral, esta pesquisa permitiu o aprofundamento sobre a história das comunidades, a tecnologia empregada e sua evolução, as formas de uso do solo, a atividade pesqueira e as mudanças ambientais, permitindo esboçar um horizonte para as próximas gerações de pescadores artesanais, sobretudo, evidenciando os problemas ambientais ocasionados em decorrência da antropização do território. A pesca artesanal no seu início apresentava diversas dificuldades ao pescador, que com o passar do tempo, e a evolução das tecnologias facilitaram sua vida, mas também mudaram o seu cotidiano. Permitiu aos pescadores uma autonomia maior, ao passo que facilitou o escoamento de sua produção, pois o pescador parou de “trocar”, para comercializar a grande parte do pescado. O processo de modernização da pesca e da urbanização desvinculou a continuação do uso do solo para agricultura familiar, visto que adventos possibilitaram acesso mais fácil a centros comerciais além de um adensamento da população. Assim, a urbanização e a tecnologia, de fato facilitaram a atividade pesqueira, mas os usos tecnológicos para construções de grandes empreendimentos e o avanço desenfreado e não planejado da urbanização e consequentemente as transformações ambientais fragilizaram o ecossistema das comunidades de pescadores. Nesse sentido, os pescadores, se sentem preocupados com o futuro da pesca artesanal, por consequência das transformações ambientais tanto antropológicas, alterando a paisagem, quanto naturais.  Para ver os resultados identificados nesta pesquisa de IC, acesse aqui o artigo publicado pelos bolsistas na revista clicando aqui.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Chamada de Bolsista PIBIC CNPq

Selecionamos estudante da FURB para realização de Iniciação Científica. Informações: Bolsa de Iniciação Científica PIBIC/CNPq, Substituição: 6 meses de vigência. Título NATUREZA E PAISAGEM DO VALE DO ITAJAÍ (SC) NAS PUBLICAÇÕES DA REVISTA BLUMENAU EM CADERNOS 1957-1960.
Professor/Orientador: Dr. Gilberto Friedenreich dos Santos
Interessados enviar e-mail para frieden@furb.br e ou gphavi.furb@gmail.com

Resumo do Projeto de IC:

A pesquisa trata das publicações da Blumenau em Cadernos referentes às representações da natureza e descrições da paisagem do Bioma Mata Atlântica no Vale do Itajaí. A diversidade natural presente no bioma Mata Atlântica representa uma fonte de recursos naturais com valores sociais, econômicos e culturais. A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica é uma área de grande relevância para o desenvolvimento de pesquisas, conservação da biodiversidade, e implantação do desenvolvimento sustentável na área de abrangência de seus remanescentes. O Vale do Itajaí insere-se num contexto histórico que a partir da colonização europeia promove uma extensa degradação do bioma, gerando problemas ambientais que se agravaram ao longo do tempo. Nas Áreas de Tecnologias Prioritárias do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), a proposta enquadra-se em projetos de pesquisa básica, humanidades e ciências sociais. O projeto apresenta aderência em Tecnologias para o Desenvolvimento Sustentável, associado ao conhecimento produzido pela História Ambiental. O objetivo geral é analisar as publicações da Blumenau em Cadernos no período de 1957 a 1960 referentes às representações da natureza e descrições da paisagem no Vale do Itajaí. Os objetivos específicos são: 1) Identificar os recursos naturais explorados no bioma Mata Atlântica, suas formas de exploração e sua importância socioeconômica e cultural; 2) Descrever as mudanças na paisagem e os processos de degradação ambiental e; 3) Sistematizar e descrever os fenômenos e desastres socioambientais de natureza climática e as consequências no desenvolvimento regional no Vale do Itajaí. Serão consultadas fontes primárias e secundárias em arquivos históricos, bibliotecas e internet. Para a pesquisa serão consultadas as primeiras publicações da Blumenau em Cadernos no período de 1957 a 1960, correspondendo ao todo 36 publicações. Estão publicados documentos históricos de imigrantes, cientistas, viajantes, cartas, biografias, relatórios do Dr. Blumenau e de administradores, e matérias de jornais de diferentes períodos. Portanto o recorte temporal das publicações abrange desde o século XIX até a década de 1950. As informações serão organizadas e analisadas de forma linear e temporal para determinar o processo histórico de desenvolvimento do Vale do Itajaí-açu. Os resultados servirão de fundamento para propostas de manejo, gestão e planejamento (conservação da biodiversidade e melhoria da qualidade de vida).

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Notas sobre uma pequena História Ambiental da atividade da fumicultura de Botuverá-SC

A fumicultura se fixou como uma das principais atividades agrícolas do município de Botuverá, e durante a segunda metade do século XX, juntamente com a extração de madeira, assumem a totalidade da atividade econômica local. Fato foi constatado quando visitamos as comunidades de Lageado Alto e Baixo, no entorno do Parque Nacional da Serra do Itajaí em 2009, e encontramos uma paisagem quase que em sua plenitude de monocultura de fumo e eucaliptos. Nas margens dos ribeirões constatamos mudas de fumo, e sabemos o que isso significa! Tendo isso em vista aprofundamos nossas pesquisas, dando origem a uma pequena História Ambiental da Fumicultura em Botuverá. O interesse pela questão da fumicultura partiu da estudante de Ciências Sociais Ana Claudia Moser, que orientada pelos pesquisadores Gilberto e Martin identificou e analisou fontes bibliográficas, e realizou entrevistas com os fumicultores. Os resultados da pesquisa foram apresentado no VI Congresso Brasileiro de Agroecologia e II Congresso Latino-americano de Agroecologia, sendo publicado o resumo expandido na Revista Brasileira de Agroecologia, em seu volume 4, número 2 de 2009
A pesquisa evidenciou que a  paisagem da região das comunidades de Lageado Alto e Lageado Baixo em Botuverá começa a ser modificada intensamente com o início da colonização europeia por volta da década de 1860. Nas primeiras décadas as unidades familiares mantinham-se através da agricultura de subsistência, criação de animais domésticos, caça, pesca e extração de madeira nativa. O excedente de produção da unidade familiar era comercializado através de um sistema de trocas. Foi constatado que as principais dificuldades encontradas pelos imigrantes em sua adaptação, foram as características geográficas da região da Serra do Itajaí. Os fundos de vale estreitos envoltos por encostas íngremes, a distância da sede da Colônia Itajaí-Brusque (30 quilômetros) dificultada pelas péssimas condições de transporte da época, e a falta de tecnologia para desenvolver o plantio em larga escala ou meios eficazes de transportar a produção, resultaram na predominância da agricultura de subsistência e a extração de madeira em pequenas quantidades. Nesse período o cultivo do fumo era realizado apenas para o consumo próprio. 
Na década de 1940 empresas de tabaco incentivaram os agricultores, de base familiar, o cultivo comercial do fumo em suas propriedades. Neste momento, o desenvolvimento da atividade exige maior uso dos recursos naturais da região que acentua a transformação da paisagem, bem como alavanca o quadro econômico e social do município. A inserção do cultivo do fumo foi realizada por extensionistas com apoio das empresas de tabaco, que orientavam e monitoravam desde o preparo do solo até o tempo de permanência do fumo nas estufas. De acordo com relatos o cultivo era realizado em todas as tifas ou bairros: “Aqui em Botuverá cada um, cada família era uma estufa ou duas, quem não tinha três” (TOMAZIA, 2008), e os locais para as lavouras eram dos mais variados desde terrenos acidentados até várzeas próximas aos cursos de água. 
Para realizar o cultivo as famílias recebiam das empresas as mudas e os produtos químicos necessários, para a qual vendiam sua produção posteriormente, sendo os agricultores responsáveis pela construção das estufas e do corte de madeira para a lenha. O processo produtivo tinha características artesanais: o preparo do solo era iniciado com a coivara, seguindo o arado, a semeadura, a colheita, a separação do fumo e o abastecimento das estufas eram trabalhos essencialmente manuais (FACHINI, 2008). De acordo com os relatos, desde o início a atividade comercial da fumicultura provocou impactos na paisagem com a redução da mata para a expansão do cultivo e retirada de lenha para as estufas, bem como danos ao solo com técnicas inadequadas de manejo e facilitando a contaminação do solo e dos recursos hídricos. Nesse período de intensa produção também se intensificam os usos de agroquímicos e de recursos tecnológicos. Esse fenômeno é uma das consequências da Revolução Verde que compreende uma parte do processo de modernização da agricultura no Brasil.
Os avanços tecnológicos na fumicultura aparecem, nas memórias dos entrevistados, na forma de, por exemplo, bandejas e canteiros para semear, máquinas para amarrar o fumo e a ampliação da variedade de produtos químicos utilizados ao longo do processo, intensificando os impactos ambientais. Nas últimas décadas se modificaram as formas como são aplicados e os tipos de agroquímicos utilizados. Muitos dos agricultores entrevistados na comunidade olham para o passado e questionam-se a respeito do perigo que correram ao aplicar os produtos químicos enviados pela empresa na plantação de fumo sem qualquer tipo de proteção, e também do tipo de contaminação que o solo e água da região podem ter sofrido. Segundo Florit (2004), a utilização de agrotóxicos vem degradando os ecossistemas e construindo uma espécie de ciclo vicioso que amplia cada vez mais a utilização desses produtos. As estufas passam a contar com tecnologias que contribuem para o controle da temperatura, facilitando o processo de cultivo e melhorando a qualidade das safras (COMANDOLI, 2009). Paralelo a produção de fumo era realizada a agricultura de subsistência nas entre safras, por exemplo, o mesmo solo onde se cultivava o fumo era utilizado para o cultivo de milho ou aipim.
A extração de madeira tem um papel importante para o cultivo do fumo, pois é utilizada em grande quantidade no abastecimento das estufas para a secagem das folhas de fumo, como afirma Molinari Fillho (2008), “para secar, a base de 50 mil pé de fumo, vai à base de 70 ou 80 metros de lenha”. As empresas de tabaco incentivavam o cultivo de eucalipto para o  abastecimento das estufas, porém esse tipo de madeira não apresentava o mesmo retorno da madeira nativa, e conforme Molinari (2008) “se vai 20 (metros) de madeira de mato, vai 25 ou 30 de eucalipto”. O cultivo de eucalipto ganha espaço na paisagem somente nas últimas décadas como atividade complementar. Na década de 1990 as características da região passam por mais um processo de transformação. A partir desse período o fumo perde espaço no plano econômico local com a chegada de indústrias têxteis, do fortalecimento da mineração de calcário que atraem um maior interesse pela população economicamente ativa mais jovem e também do seu deslocamento para Brusque, área econômica mais dinâmica. Esses fatores levaram a mudança de hábitos tradicionais da comunidade, como a extração de madeira e a caça, ou seja, modificaram características culturais ligadas a elementos da natureza que são valorizadas pelos membros da comunidade. As políticas ambientais, aliada a ampliação e diversificação das indústrias a partir da década de 90, influenciaram na redução da atividade agrícola e no desflorestamento. A fumicultura como atividade mercantil permitiu aos agricultores a melhoria das condições econômicas e o acesso a diversos recursos tecnológicos tanto domésticos, quanto agrícolas.
Porém, segundo Frey e Wittmann (2006), os principais problemas ambientais do setor da fumicultura estão ligados às conseqüências do modelo de desenvolvimento da região, como o uso intenso de agroquímicos, o manejo inapropriado de embalagens, a contaminação do solo e dos recursos hídricos e no desflorestamento e redução das matas nativas. As políticas ambientais se direcionam no sentido de gerir de forma sustentável esse modelo agrícola. 
Foi concluído com a pesquisa que  a introdução do cultivo comercial do fumo transforma mais intensamente a paisagem de Botuverá a  partir da década de 1940 ao reduzir a cobertura vegeta nativa através da expansão da área de cultivo e da necessidade de lenha para o abastecimento das estufas; e a partir da década de 1960 a degradação do meio ambiente acentua-se com a tecnologia empregada pela revolução verde. Entretanto, os fumicultores apontaram melhoria das condições econômicas e sociais
locais. Entretanto, particularmente a partir da década de 1990, o declínio da atividade e as políticas ambientais frearam o desflorestamento e as áreas de cultivo vêm diminuindo.
Ainda não existem estudos sistematizados sobre os impactos ambientais da fumicultura nessa região, mas podemos considerar que a principal consequência do cultivo de fumo em Botuverá expressa pelos fumicultores, foi: a perda de boa parte de sua cobertura vegetal original, ocasionando na diminuição de espécies animais e vegetais, característica do tipo de vegetação da região, ocasionando um desequilíbrio na manutenção do ecossistema local; e a contaminação do solo e dos recursos hídricos locais pelo intenso uso de agroquímicos nas plantações. Mesmo com o declínio das atividades agrícolas comerciais não foram identificadas experiências de perspectiva agroecológicas para o desenvolvimento de uma agricultura sustentável na região, baseadas em pequenas unidades de produção. Para acessar o estudo na integra (artigo expandido publicado) clique aqui!

Fonte/para citar o material: SANTOS, Gilberto Friendenreich dos ; MOSER, Ana Cláudia; GARROTE, M. S. . História Ambiental dos Fumicultores em Botuverá (SC). Revista Brasileira de Agroecologia, v. 4, p. 4429-4433, 2009.

domingo, 23 de janeiro de 2022

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sábado, 22 de janeiro de 2022

Colonização, desenvolvimento e ações antrópicas na floresta atlântica do Parque das Nascentes em Blumenau-SC

Os estudos do GPHAVI foram iniciados no entorno do Parque Natural Municipal Nascentes do Garcia, uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, cujo a sede localiza-se na Segunda Vargem do Rio Garcia, na comunidade da Nova Rússia, Bairro Progresso, no Sul de Blumenau. Um dos principais registros desse processo da pesquisa foi divulgado na Revista Blumenau em Cadernos, no tomo número 49, no seu numero 6 publicado em novembro/dezembro de 2008. 
A história do desenvolvimento da Nova Rússia esta ligada a forma de usos dos elementos da biodiversidade da floresta atlântica, explorando-a ao ponto de gerar desequilíbrio ecológico, processo iniciado por intervenções de caça, e coleta de palmito, e intensificado pela mineração, e exploração madeireira que avançou ameaçando os mananciais de água que abastecem Blumenau e região (Indaial, Gaspar, e Guabiruba), associado a prática de subsistência e esportiva da caça e roubo do palmito pelos colonos e interessados na exploração. 
A partir de 1973 em Blumenau inicia-se a luta preservacionista da natureza através da organização da sociedade civil. As muitas ações de biólogos, ambientalistas e ONGs passam a militar com campanhas contra o processo de exploração de madeira, caça e palmito no sul de Blumenau, no que resultou na conservação de boa parte de Floresta Atlântica, e hoje, após anos de lutas, a área passou a ser protegida pelo Parque Natural Municipal Nascentes do Garcia a partir de 1998, e integrado ao Parque Nacional da Serra do Itajaí em 2004, que além de conservar o sul de Blumenau (e Indaial) e área do PNMNG, abrange mais outros sete municípios totalizando uma área maior de 50.000 hectares de Floresta Atlântica que cobre a Serra do Itajaí. 
Foram pesquisados os fatos durante o período do início da colonização da região em 1890 até o momento de criação do PNMNG, em 1998. Identificando o processo de ocupação humana apontando as influências antrópicas ocasionadas a Floresta Atlântica, e as consequências dessa relação a floresta e à própria comunidade. Os dados foram obtidos através de uma busca de informações primárias através da História Oral, resgatando a memória de sete membros da comunidade com média etária de 70 anos, descendentes diretos dos primeiros colonizadores da região, e em fontes secundárias através de bibliografias, periódicos e demais produções científicas que retratassem a história da região da Nova Rússia e do parque, a forma de uso dos recursos da floresta, as consequências dessa interferência à Floresta Atlântica e à própria comunidade local. Para acessar na integra esse estudo clique aqui. Se preferir olhar a publicação e o restante da revista e seu conteúdo, acesse clicando aqui.

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Bugres e Onças contra a civilização

B
ugres e onças é uma nota publicada no tomo III, numero 1 de janeiro de 1960 na Revista Blumenau em Cadernos. É uma fonte rica em informações, entre elas, para analisarmos as dificuldades encontradas pelos colonizadores na Colônia Blumenau, e os seus posicionamentos frente ao ambiente. Na nota, a narrativa deixa claro o posicionamento daquela sociedade sobre a natureza, apresentando ela como uma barreira para o progresso da civilização. Fica claro o posicionamento nessa frase: "Nos primeiros anos da colonização de Blumenau, os indígenas constituiram se numa constante ameaça à expansão civilizadora". Depois afirma " Não eram, porém, êles, os únicos entraves sérios ao estabelecimento dos imigrantes, afastados da sede colonial . Sem falar nas doenças de aclimatação, nos perigos das roçadas, onde a cascavél espreitava, traiçoeira, havia, ainda, as feras, de que eram abundantes as florestas ribeirinhas do grande e do pequeno Itajaí" Depois a nota enfatiza que um desses perigos eram as onças, e haviam das pintadas e das pretas! Pelas descrições, a onça estava sempre roubando algum rebanho para se alimentar, e no clímax da narrativa ocorre um ataque de onça, e os fatos descritos, demonstram o quanto era o medo, e o especismo em reação ao animal X indígena. Bugres e onças eram caçados igualmente, e suas orelhas e  peles eram as provas pelas recompensas econômicas, isso era uma política pública da colônia, dessa sociedade e sua civilização naquele momento histórico. Tanto que cita a preocupação de Dr. Blumenau em agrupar caçadores para "proteger" as pessoas ordenando a caçada da onça. Ocorria uma disputa de território, as suas "feras", os indígenas e as onças, e os novos moradores da floresta, cada qual de sua maneira dependia do domínio e uso dos "recursos naturais".  Leia a seguir o acontecimento descrito na nota, sobre o ataque de onça causado ao imigrante irlandês Comélio Murphy, quando trabalhava na expansão da colonização na Itoupava Central em 1879. Caso queira acessar a revista onde está publicada a nota, acesse aqui.