"Eu sou o que me cerca. Se eu não preservar o que me cerca, eu não me preservo".
José Ortega y Gasset

terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Revista Fontes publica dossiê "Fontes para a História Ambiental"


A revista fontes apresentou o dossiê Fontes para a História Ambiental. "Este número da Revista de fontes é dedicado a textos que apontam caminhos a seguir nos estudos da história ambiental. Área dos estudos históricos relativamente nova por sua abordagem global, como apontam os organizadores do dossiê, Janes Jorge e Patricia Raffaini em seu texto de apresentação, com enorme relevância social e assim política, ela aqui se desdobrou em cinco vertentes. Os autores destes artigos propõem abordagens metodológicas e/ou tipos documentais específicos ao campo. Bianca Lucchesi, por meio sobretudo de documentação do Centro de Memória da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, mostra como representações fotográficas do começo do século XX ajudam a entender o embate entre a construção de identidades urbanas e rurais na São Paulo do período. Elenita Pereira e Sara Fritz, a partir da documentação privada de José Lutzemberger estudam a participação desse importante ambientalista do último quarto do século XX na constituição de fundações que tinham como conceito-base a teoria de Gaia. Bianca de Almeida, a partir de O Turista aprendiz (1927-1929), de Mário de Andrade, aponta caminhos para o uso de obras literárias e memorialísticas para a compreensão das interações entre o homem e a natureza. Roger Colacios toma como foco de análise a legislação ambiental brasileira, trazendo os Direitos Ambientais como instrumento analítico para essa legislação. Finalmente, o artigo de Marcio Bertazi tem como objetivo discutir como textos filosóficos, a partir de conceitos como o de ecologia profunda, podem auxiliar nos estudos das rupturas entre a cultura e a natureza. Que a riqueza destas contribuições sirva de inspiração a novas pesquisas!" (Revista Fontes). Para acessar o dossiê da revista clique aqui!

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Pesquisador Alanildo do grupo defende sua tese em Desenvolvimento Regional

Foi apresentado no dia 28 de novembro a tese O programa de desenvolvimento sustentável de territórios rurais em xeque: uma avaliação do território Lençóis Maranhenses/ Munim no Estado do Maranhão, do pesquisador do grupo Alanildo Gomes Guimarães tendo como orientação o professor Gilberto Friedenreich dos Santos (GPHAVI) professor do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional. 

Para conhecer o estudo clique aqui (em breve)!


sábado, 9 de novembro de 2019

Artigo "Ensinando Humanidades Ambientais : Perspectivas e Práticas Internacionais"

Conforme os autores "Este artigo fornece a primeira visão internacional e uma discussão detalhada do ensino em humanidades ambientais (EH). É dividido em três partes. O primeiro oferece uma série de visões gerais regionais: onde, quando e como está ocorrendo o ensino de EH. Esta parte destaca alguma variabilidade regional importante na adoção do ensino nessa área, enfatizando diferenças importantes em contextos culturais e pedagógicos. A segunda parte é um envolvimento crítico com alguns dos principais desafios e oportunidades que estão surgindo no ensino de EH, centrando-se em como o campo está sendo definido, conceitos e idéias compartilhados, pedagogias interdisciplinares e a centralidade de abordagens experimentais e voltadas ao público para ensino". Para acessar o artigo completo clique aqui.

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Revista História Crítica apresenta Dossiê Panorama atual da História Ambiental Latino Americana

Dossiê apresenta "Panorama actual de la historia ambiental latinoamericana", com estudos de atuantes pesquisadores da área como: Vladimir Sánchez-Calderón, Jacob Blanc, Katherinne Mora Pacheco, Elisabet Prudant, Anderson Dutra e Silva, Sandro Dutra e Silva, Claudia Leal León, Frank Molano Camargo. Para acessar o Dossiê clique aqui

domingo, 20 de outubro de 2019

Aconteceu na UFSC o 3º Congresso Mundial de História Ambiental
















Aconteceu em julho de 2019 na UFSC o III Congresso Mundial de História Ambiental. O evento foi organizado por um conjunto de universidades e instituições nacionais e internacionais e a UFSC através do LABIMHA - Laboratório de Imigração, Migração e História ambiental. 

3º Congresso Mundial de História Ambiental, 22 a 26 de julho de 2019, UFSC, Florianópolis, Brasil. Crédito da foto: Portal Serra.

O evento contou com mais de 280 pesquisadores de 35 países. Uma das participantes, a estudante Natascha Otoya, da Universidade de Georgetown , que vivenciou o evento, deixou como contribuição uma descrição do que vivenciou. Confira a seguir clicando aqui.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Vem aí o X Simpósio da Sociedade Latino Americana e Caribenha de História Ambiental - SOLCHA

Informações do evento clique aqui.
Ocorre no Ecuador entre 6 e 9 de julio o X Simpósio da Sociedade Latino Americana e Caribenha de História Ambiental - SOLCHA. As informações estão sendo disponibilizadas no site da FLACSO.

El X Simposio de la SOLCHA evidencia la consolidación de la historia ambiental en América Latina y presenta diversos retos, como el de ampliar las líneas de investigación. Algunos temas usuales han sido la historia del agua, ciudades, metabolismo social, ideas y prácticas de conservación, ambientalismos e imaginarios sobre la naturaleza. Por otro lado, hay temas menos explorados como las fronteras internas, tropicalidad, articulaciones con el darwinismo y la ciencia, historia ambiental antes de la conquista europea, teoría y metodología de la historia ambiental, entre otros.

Esas investigaciones no competen exclusivamente al campo de la historia ambiental, por lo cual la SOLCHA, a lo largo de estos años, ha mantenido e incrementado sus diálogos con otros campos de la historia y con la ecología política, agroecología, política ambiental, etnoecología, antropología ontológica, ingeniería y gestión ambiental, geografía, estudios territoriales, estudios del paisaje, entre otras epistemologías enfocadas en las relaciones entre sociedad y naturaleza. FLACSO Ecuador y su Departamento de Antropología, Historia y Humanidades, han acogido con entusiasmo la realización del X Simposio de la SOLCHA 

Mais informações em www.flacso.edu.ec/solcha2020 - simposio.solcha@flacso.edu.ec.


domingo, 22 de setembro de 2019

Participação do GPHAVI na 13º MIPE FURB.

Aconteceu entre 18 e 20 de setembro de 2019 a MIPE FURB, e o GPHAVI teve seis 6 estudantes que apresentaram seus resultados das Iniciações Científicas. Essas pesquisas foram desenvolvidas através dos recursos da Secretaria de Educação do Estado de Santa Catarina, através dos artigos 170 e 171, pelo PIPe (1 estudantes) e FUMDES (2 estudantes); E pelos programa PIBIC-CNPq-EM (1 estudante), PIBIC-CNPq (1 estudante) e PIBIC-FURB (1 estudante). As pesquisas abordaram os temas da Tecnologia Social e a Consciência AmbientalHistória do Desenvolvimento e Sustentabilidade no entorno de um Parque NacionalHistória da relação sociedade, tecnologia e natureza na produção do Arroz; E análise do acervo do laboratório do GPHAVI. 

Parabéns a todos os envolvidos: os pesquisadores Gilberto Friedenreich dos Santos, Martin Stabel Garrote, Vanessa Dambrowski, Nelson Afonso Garcia Santos, Ana Paula Tabosa dos Santos Sanches, e aos estudantes bolsistas que participaram do processo da pesquisa e apresentaram os estudos Letícia Dickmann, Manuela Buzzi, Ana Carolina Rodrigues, Juliano João Nazário, Kayuã Girardi e João Henrrique Tomio

Veja como foi....

Através do PIBIC CNPq Ensino Médio, a estudante da Escola Técnica do Vale do Itajaí Letícia Dickmann, com orientação do pesquisador Nelson Afonso Garcia Santos, apresentou o trabalho:
TECNOLOGIA SOCIAL E ECOLOGISMO: LIMITES E POTENCIALIDADES A PARTIR DA ANÁLISE DE EXPERIÊNCIAS IDENTIFICADAS NA FUNDAÇÃO BANCO DO BRASIL Letícia Dickmann; Nelson Afonso Garcia Santos 
Estudante Letícia Dickmann - ETEVI - FURB
Letícia e Nelson 13 MIPE 2019
Com o objetivo de demonstrar que pela implantação de projetos que realizam Tecnologia Social (TS) com a consciência ecológica é possível diminuir os impactos ambientais oriundos do processo de desenvolvimento de um local ou região, essa iniciação científica realizou a elaboração do estado da arte sobre tecnologia social e ecologismo, através da análise de artigos publicados em revistas especializadas, livros e periódicos. Em seguida, fez-se a investigação junto ao sítio da Fundação Banco do Brasil (FBB) para identificar os projetos de tecnologia social desenvolvidos no país, cadastrados na FBB e relacionados com a questão ambiental, assim como suas propostas, objetivos e resultados quanto à minimização dos impactos ambientais consequentes do desenvolvimento. O mapeamento de 158 projetos divulgados no sítio eletrônico da FBB e relacionados com o ambientalismo permitiu a identificação dos efeitos positivos no meio ambiente através desses projetos. Para identificar as interconexões entre o movimento da TS e do ecologismo destacam-se os conceitos de tecnologia social, consciência ecológica e socioambientalismo. A TS pode ser compreendida como todo processo ou método que busca soluções para problemas sociais com a participação e interação da comunidade, visando uma sociedade mais justa e ambientalmente sustentável (DAGNINO 2004; DIAS e NOVAES 2010). A consciência ecológica (MORIN 1994) é a compreensão da importância do meio ambiente e dos elementos relacionados a ele e como a natureza é afetada pela ação antrópica. O socioambientalismo, por sua vez, refere-se à integração entre os sistemas sociais e ecológicos (FERNANDES; SAMPAIO 2008). Com tais conceitos como pressupostos realizou-se a análise dos dados visando identificar as principais características dos projetos, que foram organizados de acordo com a região em que foram implementados e categoria a que pertencem. Finalmente, os dados coletados foram contabilizados em forma de gráfico, demonstrando a frequência de cada tipo de projeto em cada região do Brasil. Os 158 projetos identificados em dez categorias, cadastrados na FBB, voltados para a minimização dos impactos ambientais e desenvolvidos nas cinco regiões do ISSN 2525-9067 324 Brasil (22 projetos na região Norte; 27 na região Nordeste; 43 na região Sudeste; 29 na região Centro-Oeste e 37 na região Sul) demonstraram ações de baixo custo e fácil aplicabilidade que, realizadas por instituições distintas com o envolvimento da comunidade obtiveram ótimos resultados contribuindo para uma sociedade mais sustentável. Assim, concluiu-se que a tecnologia social dentro da perspectiva de ciência e tecnologia mostra-se como uma importante alternativa de mudança para o contexto brasileiro, considerando seus critérios de justiça, melhoria ambiental e equidade social. 


Através do PIBIC CNPq a estudante da arquitetura Manuela Buzi, com orientação do pesquisador Gilberto Friedenreich dos Santos e colaboração da doutoranda em Desenvolvimento Regional Ana Paula Tabosa dos santos Sanches apresentou:
A PRODUÇÃO DE ARROZ NO MUNICÍPIO DE MASSARANDUBA (SANTA CATARINA): SOCIEDADE, TECNOLOGIA E NATUREZA 
Manuela Buzzi; Gilberto Friedenreich dos Santos; Ana Paula Tabosa dos Santos Sanches 

Manuela Buzzi - Arquitetura - FURB
Massaranduba localiza-se no Vale do Itapocu em Santa Catarina. A produção do município é predominantemente agrícola, sendo o arroz irrigado a principal cultura. O objetivo da pesquisa foi analisar a partir de uma perspectiva histórica a relação tecnologia, sociedade e natureza na rizicultura no município de Massaranduba e as transformações ambientais provocadas por essa relação. A abordagem da metodologia é qualitativa, desenvolvida em duas etapas. A primeira consistiu no levantamento de dados secundários por meio de revisão bibliográfica e na segunda, levantamento de dados primários com entrevistas com sete diferentes atores da agricultura de Massaranduba. Os dados foram analisados pela abordagem da História Ambiental e depois organizados cronologicamente em períodos para compreender na história da atividade e a relação sociedade, tecnologia e natureza no município de Massaranduba. Divide-se o processo histórico de desenvolvimento da rizicultura no município em quatro períodos: 1ª) Década de 1870 a 1922: início da colonização do município e do cultivo de arroz em Massaranduba. A produção é de subsistência e manual; 2ª) 1922 até a década de 1950: utilização de “tobatas” nas lavouras e surto industrial, levando alguns trabalhadores do campo para a cidade, expandindo a economia local, além do aparecimento dos primeiros maquinários na produção, como o debulhador de grãos; 3ª) Década de 1950 a 1989: a Revolução Verde no município com a introdução de maquinários, o uso de agrotóxicos na agricultura irrigada, e o surgimento da Cooperativa Juriti, que representa a adoção dos princípios do sistema associativo; 4ª) 1989 até 2019: instituída a lei 7.802/1989, conhecida como Lei de Agrotóxicos, que modera a utilização de defensivos nas lavouras, gerando menos impactos na bacia hidrográfica da região. Com o passar dos anos, as tecnologias revolucionaram o plantio, aumentando a produtividade. A rizicultura é uma prática comum que é passada de geração em geração, mas os mais jovens não têm tendência de continuar na atividade. É uma atividade econômica que utiliza agrotóxicos e depende do consumo dos cursos de água próximos que são contaminados e geram impactos na bacia hidrográfica da região. A utilização dos defensivos foi um aliado para aumentar a produção,mas não significa que essa produção ganhou qualidade, e sim rapidez. Na História Ambiental do desenvolvimento da atividade da rizicultura a tecnologia facilitou os processos da cadeia produtiva, aumentando a produtividade das safras ao longo do tempo, mas também ocasionou o aumento do impacto ambiental. 

Através do PIBIC-FURB a estudante de Ciências Biológicas Ana Carolina Rodrigues, com orientação dos pesquisadores Vanessa Dambrowski, Martin Stabel Garrote e Gilberto Friedenreich dos Santos, apresentou a pesquisa:
O ACERVO DO GRUPO DE PESQUISAS DE HISTÓRIA AMBIENTAL DO VALE DO ITAJAÍ E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL NO ENTORNO DO PARQUE NACIONAL SERRA DO ITAJAÍ-SC 
Ana Carolina Rodrigues; Gilberto Friedenreich dos Santos; Martin Stabel Garrote; Vanessa Dambrowski; Maria de Fátima da Silva 

Ana Carolina Rodrigues - Ciências Biológicas - FURB
O Grupo de Pesquisas de História Ambiental do Vale do Itajaí vem desde 2004 realizando pesquisas sobre a História Ambiental do entorno do Parque Nacional da Serra do Itajaí. A pesquisa investigou a contribuição das informações do acervo de entrevistas do GPHAVI para o estudo do desenvolvimento regional do entorno do PNSI. Os objetivos específicos foram: (a) organizar o acervo de entrevistas por comunidade do Parque, (b) identificar os usos do solo e meios de sobrevivência, (b) identificar os processos econômicos do uso do solo, (c) determinar e listar os processos de desenvolvimento regional. Foram organizadas e analisadas entrevistas presentes no banco de dados do GPHAVI identificando processos do desenvolvimento regional ocorridos no entorno do PNSI. Inicialmente o trabalho consistiu em levantar e resgatar o acervo de entrevistas, e nesse processo identificar o espaço geográfico narrado pelo entrevistado. As entrevistas foram tabuladas e organizadas por comunidades, onde identificou-se nas narrações os usos do solo, meios de sobrevivência e atividades econômicas decorrentes dos processos de desenvolvimento que ocorreram na história das comunidades. O GPHAVI realizou 37 pesquisas no entorno do PNSI. A partir dessas pesquisas foram identificadas ações que modificaram a paisagem e o modo de vida a partir da colonização, resultado principalmente da ocupação e formação das comunidades, abertura da floresta para agropecuária, abertura de estradas e exploração comercial da madeira. Foram identificadas e analisadas 45 entrevistas com moradores do entorno do PNSI, distribuídas em 23 comunidades dos municípios de Blumenau, Botuverá, Vidal Ramos, Presidente Nereu, Apiúna, Indaial e Ascurra. Nestas entrevistas foi possível identificar atividades primárias de subsistência e comerciais relativas essencialmente à produção agrícola, pecuária e extrativismo. A extração comercial de madeira nativa foi significativa até 1980, sendo sucedida gradativamente pelas monoculturas de pinus e eucaliptos, que substituíram totalmente a exploração da mata nativa nos anos 90. O cultivo de fumo, milho, aipim e eucalipto continuam sendo as principais atividades econômicas das comunidades estudadas. Após a criação do PNSI e maior busca por turismo rural, de aventura e ecoturismo, começam a surgir e ampliar atividades econômicas secundárias para atender essas demandas. Também foram analisados 18 questionários aplicados em propriedades que exploram alguma atividade secundária no entorno do PNSI nos municípios de Blumenau, Indaial, Gaspar, Apiúna, Ascurra, Presidente Nereu, Botuverá e Guabiruba. As principais atividades identificadas estão relacionadas a lazer associadas aos recursos hídricos e paisagísticos da região e atividades esportivas. O acervo de entrevistas do GPHAVI é um recurso importante para analisar o desenvolvimento regional do entorno do PNSI, uma vez que possui entrevistas que demonstram mudanças no modo de vida, no uso do solo e dos recursos naturais, relacionados à diferentes ciclos econômicos que ocorreram e continuam em desenvolvimento na região.

Através do FUMDES artigo 171 os estudantes Juliano João Nazário, estudante de História e Kayuã Girardi estudante de Ciências Sociais, com orientação dos pesquisadores Martin Stabel Garrote e Gilberto Friedenreich dos Santos apresentaram os resultados da pesquisa História e Desenvolvimento no entorno do Parque Nacional da Serra do Itajaí em Apiúna, Presidente Nereu e Vidal Ramos- SC através dos resumos publicados como:
HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO NO ENTORNO DO PARQUE NACIONAL DO ITAJAÍ NOS MUNICÍPIOS DE PRESIDENTE NEREU E VIDAL RAMOS
Juliano João Nazário; Gilberto Friedenreich dos Santos; Martin Stabel Garrote; Kayuã Girardi; João Henrique Tomio; Maria de Fatima da Silva; Ana Carolina Rodrigues 

Juliano João Nazário - História - FURB

Trata-se de uma pesquisa enquadrada dentro dos estudos da área do Desenvolvimento Regional ou Ciência Regional, tendo como objeto de estudo a região do entorno de uma unidade de conservação de proteção integral, o Parque Nacional da Serra do Itajaí (PNSI), que possui uma área de 57.374 ha e representa 0,05% da área original total da Mata Atlântica no país. O objetivo geral da pesquisa foi investigar a história do desenvolvimento regional do território das comunidades rurais presentes no entorno do PNSI nos municípios de Presidente Nereu (comunidade de Thime) e Vidal Ramos (comunidade de Fartura). Para isso, necessitouse (a) compreender o processo histórico de ocupação e colonização da região; (b) identificar na história da região os processos de desenvolvimento; (c) identificar no contexto atual do entorno do PNSI iniciativas de desenvolvimento sustentável. A análise do Desenvolvimento Regional se deu através da abordagem teórica metodológica da História Ambiental. Utilizando-se, na pesquisa, de levantamentos de referências bibliográficas, artigos, dissertações, e teses sobre o parque e as comunidades, além disso, entrevistas coletadas com moradores e a paisagem observada serviram de fonte para situar eventos históricos, e identificar as interações entre os sistemas sociais e naturais, e suas consequências ao longo do tempo. Constataram-se modificações no modo de vida e interação com a natureza nas comunidades ao longo do tempo. Inicialmente baseadas em extrativismo, passando a agricultura de subsistência, plantio de fumo, madeira de reflorestamento e pecuária. Hoje as principais formas de sustento das comunidades concentram-se no plantio do fumo e madeira de reflorestamento, sendo ainda presentes na região, a agricultura de subsistência e a pecuária. Com a criação do PNSI atividades de extrativismo, como a caça, por exemplo, praticamente acabaram. A História do Desenvolvimento Regional dessas comunidades está ligada a exploração da natureza, possuindo vários ciclos de cultura que perduraram até a criação do PNSI e a partir dele novas estratégias de desenvolvimento começaram a ocorrer na região, como, por exemplo, iniciativas de exploração do turismo rural.

HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO NO ENTORNO DO PARQUE NACIONAL DA SERRA DO ITAJAÍ EM APIÚNA 
Kayuã Girardi; Gilberto Friedenreich dos Santos; Martin Stabel Garrote; Juliano João Nazário; João Henrique Tomio; Maria de Fátima da Silva; Ana Carolina Rodrigues 

Kayuã Girardi - Ciências Sociais - FURB
O estudo trata da relação sociedade e meio ambiente, analisando a História Ambiental do Desenvolvimento Regional de um território protegido por uma Unidade de Conservação, o Parque Nacional da Serra do Itajaí - PNSI, que representa 0,05% da área original total da Mata Atlântica no país e 0,55% da área remanescente e está entre os três maiores fragmentos que ainda se encontra no estado de Santa Catarina, além de ser a segunda maior Unidade de Conservação de Proteção Integral Federal do bioma no sul do Brasil. O objetivo geral é (a) compreender o processo histórico de ocupação e colonização da região; (b) identificar na história da região os processos de desenvolvimento; (c) identificar no contexto atual do entorno do PNSI iniciativas de desenvolvimento sustentável. Utilizou o levantamento de dados sobre as comunidades de Braço do Salão, Gravata, Jundiá e Ribeirão Neisse em Apiúna. Analisaram-se fontes bibliografias, especialmente regionais, documentos oficiais, artigos técnico-científicos, atlas, mapas, transcrições de entrevistas e levantamentos censitários analisando questionários aplicados nas comunidades. Foram realizadas visitas às comunidades para realizar observação da paisagem e identificação de iniciativas de desenvolvimento sustentáveis. Os vales de Apiúna, a partir de 1850 a 2000, desenvolveramse com a expansão das comunidades de Gravatá, Ribeirão Jundiá, Braço do Salão e Ribeirão Neisse. Nesse processo, ocorreu apropriação e adequação da floresta ombrófila densa. Os colonos exploravam a mata virgem da região substituindo pela cultura da exploração do milho, aipim, avicultura, criação de gados e suínos etc, principalmente para subsistência no início. Ao longo do tempo se iniciou a comercialização desses produtos, principalmente a partir de 1950 onde a mecanização dos veículos facilitaram a ida desses colonos até os centros urbanos. O desenvolvimento das comunidades em Apiúna teve ciclos econômicos parecidos, o principal a madeira. Até a década de oitenta a exploração em grande escala da mata nativa, e incrementa o reflorestamento. No período após a criação do parque, predominou o cultivo de pinus, eucaliptos, aipim e milho como principais cultivos, existindo em muitas propriedades a prática da agricultura de subsistência. As propriedades rurais produtoras diminuíram significativamente após a criação do parque em 2002 muitas propriedades passaram a ser parceladas, surgindo pequenas chácaras e sítios. Alguns colonos cessaram totalmente a prática da exploração e do uso do solo e em algumas comunidades inicia-se um processo de criação de empreendimentos utilizando das belezas e recursos naturais para o turismo, com pousadas, e pequenos recantos naturais. Com a pesquisa da história ambiental do desenvolvimento regional em Apiúna, foi possível notar que as comunidades possuem um enorme potencial para desenvolverem atividades de desenvolvimento sustentável, entretanto, não existem políticas públicas ou interesses em parte dos moradores em realizar tais atividades.

Juliano, Gilberto, Kayuã e Martin 13º MIPE 2019
Através do PIPe Artigo 170, o estudante da arquitetura João Henrique Tomio com orientação de Martin Stabel Garrote e Gilberto Friedenreich dos Santos, apresentou o estudo, sendo representado pelos estudantes Kayuã Girardi e Juliano João Nazario:
HISTÓRIA, DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE NO ENTORNO DO PARQUE NACIONAL DA SERRA DO ITAJAÍ EM BOTUVERÁ E GUABIRUBA-SC 
João Henrique Tomio; Gilberto Friedenreich dos Santos; Martin Stabel Garrote; Kayuã Girardi; Maria de Fátima da Silva; Ana Carolina Rodrigues 

Abordando a temática dos estudos do desenvolvimento regional, e da relação homem natureza, a pesquisa teve como objeto de estudo as comunidades do entorno do Parque Nacional da Serra do Itajaí, em Guabiruba-SC comunidades de Aymoré, Lajeado Alto, Lajeado Baixo e Planície Alta. E em Botuverá-SC nas localidades de Areia Alta, Areia Baixa, Beira Rio, Lajeado Alto, Lajeado Baixo, Lajeado Central, Ribeirão do Ouro e Salto de Águas Negras. O objetivo foi investigar a história do desenvolvimento regional do território, identificando interações entre os sistemas sociais e naturais, e suas consequências ao longo do tempo nessas comunidades. Antes da chegada dos europeus, o Vale do Itajaí já contava com a presença humana com as tribos Xokleng Laklãnõ, Kaingang e Guarani. Depois do século XVI chegaram os portugueses, açorianos, madeirenses e vicentinos, ocorrendo incursões de mineradores e exploradores de madeira subindo o rio Itajaí-açú. A partir do século XIX chegam à região os imigrantes alemães, poloneses e italianos estabelecendo uma relação e interação na floresta exploratória e gerando uma rápida transformação na paisagem. A partir de 1950 as grandes monoculturas de aipim e milho para comércio vão sendo substituídas pelo fumo através de programas de extensão rural administradas por empresas de Tabaco, como a Souza Cruz, fizeram que os colonos migrassem para o cultivo do fumo em larga escala, acarretando uma melhora da situação social e econômica. Entre 1970 e 1980, com a crise agrícola e com o desenvolvimento industrial dos municípios vizinhos, ocorre uma mudança demográfica e de uso do solo, os mais jovens trocam o trabalho rural por oportunidades de empregos nas fábricas de cidades vizinhas ocasionando uma nova mudança na economia local com a diminuição da produção rural. Em 2004 no intuito de preservar os mananciais de grande parte da água, também assegurar a conservação dos remanescentes de mata atlântica foi criado o Parque Nacional da Serra do Itajaí - PNSI. O desenvolvimento local com o parque alavancou novos ramos de atividades econômicas, fazendo surgir pousadas, pesque pagues, recantos de lazer, assim como as vias que cruzam o parque servem de trilhas usadas por ciclistas e aventureiros trilheiros. Após a criação do parque as atividades extrativistas quase que cessaram, assim como as atividades rurais, predominando o reflorestamento e cultura do fumo, e demais culturas e criações são para a subsistência de algumas propriedades. Nas comunidades existem oportunidades de promover o desenvolvimento mais sustentável, cessando as atividades extrativistas e tendo a conservação e uso da paisagem como elementos para o desenvolvimento. 



domingo, 1 de setembro de 2019

Base de dados para pesquisa - site IBGE

Links de base de dados do site do IBGE.

Projeto coordenado pelo IBICT, que integra os sistemas de informação de teses e dissertações existentes nas instituições de ensino e pesquisa brasileiras, e também estimula o registro e a publicação de teses e dissertações em meio eletrônico. Este projeto - iniciativa inovadora do IBICT, em parceria com as instituições brasileiras de ensino e pesquisa - possibilita que a comunidade brasileira de C&T publique suas teses e dissertações produzidas no país e no exterior, dando maior visibilidade a produção científica nacional.

Disponibiliza o conhecimento gerado na Universidade de forma rápida e sem fronteiras, ofertando conteúdo de milhões de páginas às comunidades nacional e internacional.

O projeto BRASILIANA USP tem como meta a formação de uma brasiliana digital, a ser construída por uma rede nacionalmente articulada de instituições públicas e privadas dispostas a dela participarem. A Universidade de São Paulo, com este Projeto, assume a tarefa de tornar irrestrito o acesso aos fundos públicos de informação e documentação científica sob sua guarda.

O Portal de Periódicos, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Capes, é uma biblioteca virtual que reúne e disponibiliza a instituições de ensino e pesquisa no Brasil o melhor da produção científica internacional. Ele conta com um acervo de mais de 33 mil títulos com texto completo, 130 bases referenciais, dez bases dedicadas exclusivamente a patentes, além de livros, enciclopédias e obras de referência, normas técnicas, estatísticas e conteúdo audiovisual.

O objetivo deste site é implementar uma biblioteca eletrônica que possa proporcionar um amplo acesso a coleções de periódicos como um todo, aos fascículos de cada título de periódico, assim como aos textos completos dos artigos. O acesso aos títulos dos periódicos e aos artigos pode ser feito através de índices e de formulários de busca.
Bibliotecas Depositárias
 
Bahia
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Goiás
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Rio Grande do Sul
Santa Catarina
São Paulo
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domingo, 25 de agosto de 2019

O nome do Rio Itajaí e sua relação com a natureza

 Porto de Blumenau 1948 - vapor Blumenau - 
No Vale do Itajaí o rio significou a principal rota da demarcação da colonização. As colônias alemãs como Blumenau instalaram-se ao longo do curso do Rio Itajaí Açu e seus afluentes. As propriedades possuíam sua frente para o rio, e nos fundo a floresta e encosta do vale. Foram os rios que inicialmente desenharam as nossas cidades. O Rio Itajaí Açu começa na cidade de Rio do Sul, onde ocorre a junção do Itajaí do Sul, com o Itajaí do Oeste, até receber, pela margem esquerda, o seu maior afluente, o rio Hercílio ou ltajaí do Norte em Ibirama. "Em todo o seu percurso o Rio Itajaí-Açu atravessa terrenos acidentados, pequenas ilhas, em trechos é um rio de corredeiras, e itupavas surgem à cada volta prejudicando a navegação. Ganha força na travessia da Serra do Mar, fica apertado entre gargantas perigosas, numa eterna e gigantesca luta com as enormes montanhas de pórfiros que termina por vencer para espreguiçar-se, manso, calmo, de águas sujas e profundas, desde Blumenau" (ONDE, 1957), recebendo o Itajaí Mirim na cidade de Itajaí até desembocar no oceano Atlântico.

Mas de onde vem o nome que ele carrega? De onde vem o nome do rio que corta Blumenau? Qual é a relação do seu nome com a natureza da região? 

https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=448195
Para respondermos essas perguntas consultamos na página 23 da Revista nº02 da Blumenau em Cadernos o texto do almirante e historiador Lucas Alexandre Boiteux intitulado O Rio Itajaí - o Desvendamento da Costa - Mapas e Portulanos do tempo - Nomenclatura litorânea - Morfologia do nome. O texto Boiteux conta um pouco da história do nome do rio através dos mapas e discute seu topônimo, dando margem para interpretarmos a relação do nome com características naturais da região.

Conforme Boiteux (1957) as primeiras notícias de naus portuguesas em costas catarinenses datam do início do século XVI, mas seus registros não apontam para a existência de um rio com nome de Itajaí. Uma das principais fontes desse período são os mapas, e são raros os toponímicos referentes ou que indicam algo sobre o nosso rio Itajaí. Porém, a partir dos estudos do Padre Hafkemeyer sobre o famoso mapa dos Reinel registrado em Lisboa em 1516, ambos analisados por Boiteux, surgem as primeiras pistas que iniciam a traçar a história do nome do rio. Ao verificar o mapa, no trecho da costa catarinense aparece um curso de água chamado R.O das Voltas (Rio das Voltas), podendo ser este o primeiro nome do rio Itajaí. Também na cartografia de Maggiolo de 1519 e na Carta de Turin de 1523 existe referencia ao nome Rio das Voltas. Conforme o historiador o rio ganhou esse nome devido seu traçado sinuoso e afirma isso usando um outro documento onde consta o mesmo registro remetendo a sinuosidade do rio pelo colonizador Belga Van Lede, quando descreve o Itajaí Mirim no século XIX (BOITEUX, 1957).
O topônimo do rio, nas cartas mais antigas possui indicação de relação com o desenho de seu curso. No mapa marítimo de Diego Ribeiro 1529 aparece entre a região de São Francisco e a Ilha de Santa Catarina o desenho da embocadura de três rios, podendo ser os rios Itapocu, Itajaí e Tiucas. No Mapa de Ramúsio de 1563, escrito em espanhol aparece para o Rio Itajaí o nome Rio de las Bueltas (BOITEUX, 1957).
A partir do século XVIII cada vez mais o rio vai aparecendo nos mapas, e é encontrado com outra nomenclatura com idioma indígena. Na  publicação "Arte de Navegar e Roteiro" de Manoel Pimentel, publicação de 1710, quando situa o leitor sobre a presença do rio diz: "Dalli (Ens. das Garoupas) cousa de tres leguas está hum rio chamado Tajahug". Em outro documento, o autor da "Carta do governo do Rio da Prata até ao Brazil de 1717" cita baseado nos "Jornaes" de Emanuel Figueiredo, português, e de Teodoro Reuter, holandês, a referencia ao rio depois das Garoupas e a relação do nome com o povo nativo: "uma costa alta, até o rio que os índios chamam Tajahug" (BOITEUX, 1957). A maioria dos mapas do período já apresentam a nomenclatura do rio usando o idioma indígena, deixando de ter o nome conforme seu desenho, e passando a ser representado pela forma como os nativos o chamavam.
O historiador Boiteux apresenta uma lista com os mapas onde aparecem uma cronologia do nome do Rio Itajaí:

Revista Blumenau em cadernos, Tomo 1, n02
    
Esses nomes indígenas delegavam ao rio uma representatividade não mais geográfica, do desenho do seu curso, e durante algum tempo a incógnita sobre o seu significado produziu escritas diferentes sobre seu nome. fruto da percepção e interpretação dos cartógrafos sobre os toponímicos indígenas. Uma das versões para a origem do nome indígena é a presença da planta Xanthosoma sagittifolium Schott, também conhecida como Taiá. O nome do rio se aproxima muito ao da planta, que é um nome indígena, e como vemos no nome dos mapas, desde 1630 até 1808, o prefixo da palavra não possui a letra "I", remetendo mais ao "Taja", "Taia" ou "Taya" do que a de pedra, na qual o prefixo é "Ita".



Taiá
Essa nomenclatura indígena sofre alguma variação e aparece diferente para alguns autores. A partir do século XIX os documentos começam a inserir a letra "I" ao prefixo do nome, desenhando a palavra Itajahy: 

Revista Blumenau em cadernos, Tomo 1, n02

Essa alteração no nome ocorre devido as traduções do tupi-guarani realizada pelos "outros" sobre a forma que os nativos chamavam o rio. De rio do Taiá o rio foi denominado de Rio das Pedras. E essa origem pode estar atrelada ao sentido exposto no dicionário de Tupi Antigo, com referencia a pedra conhecida hoje como Bico de Papagaio que na sua forma original assemelhava-se a ave jaó, assim a palavra Itajaí-açu é composta por Ita=pedra; Jaí= a ave jaó; Açu=grande (NAVARRO, 2013).
Conforme Boiteux (1957) em um dos números da "Revista de Engenharia Militar" o general Vieira da Rosa, no texto "Mosaicos Literários" explica o significado dos nomes de diversos acidentes geográficos que possuem o nome tupi-guarani, abordando a origem do nome Itajaí, como originado de Itaju-hy, que significa Rio de Ouro, levantando a tese de que o rio teria recebido o nome devido as pedras de ouro que rolam, pois era o único curso de água que carrega pepitas auríferas dos terrenos do Itajahi-mirim e do Garcia. Para ele as duas outras explicações que antecediam sua tese sobre a origem do nome não correspondem. Em sua tese o significado de Itajaí Acu como Rio das Pedras não tem sentido, pois os índios chamariam todos os cursos de Itajaí, pois muitos carregam pedras, mas não com ouro. Outra possibilidade era a similaridade com o nome do Taiá, planta que era abundante no rio, mas conforme o general, tampouco seria essa a origem, pois nos rios do sul do Brasil existem taiás em abundancia, e os indígenas não chamam todos os rios de rios dos taiás. O general fazia questão de enfatiza a presença do ouro na nomenclatura (BOITEUX, 1957). 
Na conclusão de Boiteux (1957), a partir da documentação analisada o general estaria errado, pois os silvícolas sempre batizaram os locais com nomes referentes as características naturais. Os carijos, que teriam dado nome ao rio, teriam se impressionado mais com a quantidade de plantas aquáticas nos remansos e os taiás das margens, do que com as pepitas de ouro nas pedras de seu leito. Para Boiteux a origem do nome do rio teria sua origem no termo Rio do Taiá-í, ou rio da conhecida planta Taiá exuberante e importante na alimentação do povo indígena.

Como vimos a origem do nome do Rio Itajaí Açu inicia no mesmo período do descobrimento e até o século XVII, o rio era chamado Rio das Voltas devido seu traçado, suas curvas e vales que davam a impressão de muitas voltas. Uma interpretação baseada na condição da paisagem, do seu relevo. Do século XVIII até o fim do século XIX os nomes dados ao rio estão em idioma indígena tupi-guarani, originados pelas interpretações dos cartógrafos, e são claras as referências dadas a planta "Taiá", muito presente região até hoje. Com esse registro podemos imaginar nas margens do rio, em sua mata ciliar, a presença da planta. Acrescentasse a partir do fim do século XIX a referencia as pedras auríferas que rolam, ou seixos, e a explicação do dicionário que faz menção a história da pedra do papagaio na foz do rio, passou a ser uma terceira interpretação, e fundamenta-se na representação que uma pedra faz a uma ave importante na cultura carijo. Com isso podemos passar imaginar um rio sinuoso pelo relevo da serra do mar, repleto de taiás, com trechos repletos de pedras seixos, onde os nativos usavam o rio. Os documentos apresentam elementos que possibilitam alguns indicativos da descrição da paisagem do Rio Itajaí no seu passado histórico. Tanto os estudos de Boiteux, e os significado da palavra Itajaí-Açu no dicionário de tupi antigo enfatizam o papel do ambiente na organização do espaço através da criação de topônimos pelos povos originários. O Rio Itajaí Açu tem um nome que sua história está repleta de elementos que fazem parte da história das relações entre a sociedade e natureza na região. Este texto faz uma rápida pesquisa e leitura de dois documentos, e a história ambiental do Rio Itajaí-açu não termina por aqui. Se você tem interesse em conhecer a história do rio, venha participar de nosso grupo, e contribuir com a História Ambiental do Vale do Itajaí.

Referencias:
-BOITEUX, Lucas. A. O rio Itajaí - o desvendamento da costa - mapas e postulados do tempo - nomenclatura litorânea - morfologia do nome. Revista Blumenau em Cadernos, v1, n2, 1957. Disponível em: <http://hemeroteca.ciasc.sc.gov.br/blumenau%20em%20cadernos/1957/BLU1957002_dez.pdf> Acesso em 25 de agosto de 2019.
-NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013.
-ONDE começa o grande Itajaí. Revista Blumenau em Cadernos, v1, n2, 1957. Disponível em: <http://hemeroteca.ciasc.sc.gov.br/blumenau%20em%20cadernos/1957/BLU1957002_dez.pdf> Acesso em 25 de agosto de 2019.
FIGURA 1 Porto de Blumenau em 1948. Disponível em: <http://blumenauantigo.blogspot.com/2013/02/porto-de-blumenau-1948-vapor-blumenau-i.html> Acesso em 25 de agosto de 2019.

Para citar este texto use:

GARROTE, M.S. O nome do rio Itajaí e sua relação com a natureza. In: GARROTE, M.S. Blog do Grupo de Pesquisas de História Ambiental do Vale do Itajaí. Blumenau, 25 ago. 2019. Disponível em:<https://gphavi.blogspot.com/2019/08/o-nome-do-rio-itajai-e-sua-relacao-com.html>. Acesso em dia de mês de ano.

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Pesquisador Nelson defende sua tese em Desenvolvimento Regional

https://npdr.wordpress.com/
No dia 21 de agosto o pesquisador do grupo Nelson Afonso Garcia Santos defendeu sua tese de doutorado em Desenvolvimento Regional cujo título é: Tecnologia social e economia solidária contra o desenvolvimento capitalista brasileiro: lições do desenvolvimento local sustentável cubano

Segundo Nelson, o desenvolvimento é um conceito fortemente presente e de fundamental importância no pensamento contemporâneo. Ele se tornou objeto de desejo de amplos setores do espectro político internacional e atrai adeptos de diferentes matizes ideológicas, unificando ricos e pobres em torno de si. Ele é como um ethos que paira sobre quase todas as sociedades e, também, um ponto de chegada que deve ser alcançado. Ele se tornou o responsável pela felicidade humana: “Povo feliz é povo desenvolvido!”. Isso significa que ele foi fetichizado, ou seja, que se atribuiu a ele um poder que ele, verdadeiramente, não tem. Neste estudo, mostraremos que o fetiche do desenvolvimento é uma construção histórica para que o entenda como um conceito neutro, dissociado da organização capitalista de produção, voltado para o bem, para o melhor, para a perfeição. Para que se realize de forma linear e progressiva, há que se ter outra noção também fetichizada: a da tecnologia. Por uma perspectiva não crítica, a tecnologia é entendida como parte de um processo evolutivo. Assim, a tecnologia atual é sempre superior à tecnologia anterior, e a tecnologia que está por vir será sempre melhor que a tecnologia atual. É nessa sucessão de avanços tecnológicos que, aparentemente, repousa o desenvolvimento da sociedade. Entretanto, não é bem assim. Mostraremos que por trás do conceito de desenvolvimento se oculta um processo que é desigual, injusto e gera alto impacto ambiental. Contra a visão fetichizada do desenvolvimento serão apresentadas abordagens críticas do desenvolvimento. E contra a visão fetichizada da tecnologia serão apresentadas perspectivas críticas da tecnologia. Ver-se-á que convergem para os movimentos da tecnologia social, da economia solidária e do desenvolvimento local. A aproximação destes três movimentos contribui para a construção de alternativas ao aparato produtivo baseado nas tecnologias convencionais que tem impulsionado o desenvolvimento capitalista. A pesquisa revelou que é possível distinguir entre a tecnologia capitalista e a tecnologia social. É possível falar em tecnologia socialista? Para responder a esta questão, deu-se outro momento da investigação, que contemplou a busca de dados sobre a realidade socioeconômica e científico tecnológica de Cuba. Considerando sua história, tanto a etapa revolucionária quanto o período pós-revolucionário, com o recurso à pesquisa bibliográfica e documental, assim como, à realização de uma pesquisa de campo com a realização de entrevistas, pode-se identificar que aquele país tem se empenhado em implantar um “desenvolvimento local sustentável”, assentado em um processo de produção baseado em gestão cooperativa e adequação tecnológica. Os resultados apontam que os princípios da economia solidária e da tecnologia social adotados no Brasil se aproximam dos princípios que informam o desenvolvimento local sustentável cubano. Mas existem especificidades próprias do desenvolvimento local sustentável cubano como, por exemplo, a existência de um Fórum de Ciência e Técnica e a atuação da universidade voltada para a solução de problemas da comunidade local por intermédio da ciência, tecnologia e inovação. Três casos exitosos da relação entre universidade e desenvolvimento local podem explicitar essa realidade, permitindo verificar a relevância da universidade na melhoria da qualidade de vida das comunidades locais. 

Palavras-chave: Brasil. Cuba. Desenvolvimento. Desenvolvimento local sustentável. Economia solidária. Tecnologia social.

Para conhecer a tese do pesquisador Nelson clique aqui
Para conhecer o Núcleo de Pesquisas em Desenvolvimento Regional clique aqui.

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Pesquisador do grupo defenderá sua pesquisa de doutorado em agosto

Esta marcada a data de defesa da pesquisa de doutorado do pesquisador Nelson Afonso Garcia Santos. A tese trata do tema da tecnologia social e a economia solidária apontando experiências do desenvolvimento local sustentável. A pesquisa foi orientada pelo Dr. Ivo Marcos Theis professor e pesquisador no Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional da FURB. A defesa ocorrerá no dia 21 de agosto de 2019, as 9h na sala 101 do Bloco F, Campus 1 da FURB.

Segue o convite do PPGDR:


DEFESA PÚBLICA DE TESE




O Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da Universidade Regional de Blumenau convida toda a comunidade, para assistir a defesa pública de tese do doutorando  NELSON AFONSO GARCIA SANTOS  cujo título é:

“TECNOLOGIA SOCIAL E ECONOMIA SOLIDÁRIA CONTRA O DESENVOLVIMENTO CAPITALISTA BRASILEIRO: lições do desenvolvimento local sustentável cubano


Banca Examinadora:

Prof. Dr. Ivo Marcos Theis - FURB
Prof. Dr. Cidoval Morais de Sousa  –  UEPB
Prof Dr. Henrique Tahan Novaes  – UNESP/MARILIA
Prof. Dr. Carlos Alberto C. Sampaio – FURB
Prof. Dr. Adolfo Ramos Lamar– FURB
Suplentes
Prof. Dr. Valmor Schiochet – FURB
Prof. Dr. Maiko R. Spiess  - FURB


Dia: 21 de agosto de 2019 (quarta-feira)
Horário: 09:00 horas
Local: F 101
Campus 1 da FURB