"Eu sou o que me cerca. Se eu não preservar o que me cerca, eu não me preservo".
José Ortega y Gasset

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Anais da XXI Semana Acadêmica de História 2014 - ISSN 2358-5838-6


Para os apresentadores de trabalho do mini-simpósio História Ambiental em Foco I da XXI Semana Acadêmica de História da FURB (2014), segue o link para acessar os Anais do evento (clique aqui). Nesta postagem serão divulgados os trabalhos de História Ambiental publicados nos anais do evento:


XXI Semana Acadêmica de História “Ensinar e Pesquisar História: dilemas, desafios e perspectivas”. De 5 a 9 de Maio de 2014, Blumenau/SC. Ano I, Número 1. ISSN: 2358-5838 6


Simpósio Temático 1 – HISTÓRIA AMBIENTAL EM FOCO Coordenador: Prof. Dr. Gilberto Friedenreich dos Santos Moderador: Gabriel Pierre de Souza


A “Grande Odisseia Alasquiana”: A influência de Thoreau em Christopher Mccandless num contato mais verdadeiro com a natureza 
Gabriel Pierri de Souza (Acadêmico do Curso de História - FURB) 
Resumo: A História Ambiental estuda as relações entre os seres humanos e a natureza, tentando sensibilizar e quebrar a dicotomia existente no senso comum. Portanto este trabalho tem como propósito estabelecer uma aproximação dos escritos de Henry David Thoreau a partir de 1845 e suas influências na aventura de um garoto estadunidense, Christopher McCandless, que deixou o conforto da modernidade de sua casa em 1990 para atravessar o país e viver no que ele mesmo alega ser uma paisagem que o homem ainda não tocou bruscamente, o Alasca, ao qual o jornalista Jon Krakauer relatou em forma de livro com o nome de Na natureza selvagem (1996). Thoreau foi um autor estadunidense, conhecido por seu livro Walden ou a vida nos bosques (1854), uma reflexão sobre a vida simples cercada pela natureza, e por seu ensaio Desobediência Civil (1849), com a ideia de oposição ao Estado. Entre suas contribuições mais influentes encontravam-se seus escritos sobre história natural e filosofia, onde ele antecipou os métodos e preocupações da ecologia e do ambientalismo. Sua “Odisséia alasquiana” inspirou indivíduos a viverem com o mínimo, apenas usufruindo os recursos naturais como subsistência, sem o excesso de consumo produzido pela sociedade moderna, contribuindo na conservação e admiração da natureza. Palavras-chave: História Ambiental; Odisséia Alasquiana; Consumo.

História e Memória Ambiental da serraria São Francisco (Parque Nacional da Serra do Itajaí, Blumenau, SC) 
Kahina Thirsa Hostin (Acadêmica do Curso de História - FURB) 
Resumo: Tendo por objetivo compreender e registrar a história e memória ambiental da exploração madeireira realizada pela Madeireira e Transportadora São Francisco LTDA, que atuou em meados do século XX na região sul do município de Blumenau, com sua sede localizada na Segunda Várzea do Ribeirão Garcia, onde atualmente é a sede do Parque Nacional da Serra do Itajaí (PNSI). Portanto, ligado à história do próprio parque, este trabalho utilizou-se principalmente do resgate das memórias de moradores da localidade da Nova Rússia, no entorno do PNSI. A serraria São Francisco, de propriedade de Olídio Martinhago, vulgo Lageano, foi uma importante exploradora da Mata Atlântica da localidade, tendo introduzido novos maquinário de trabalho, foi responsável por uma modernização na região, e também na abertura de estradas e trazendo novos trabalhadores, alguns especializados na exploração madeireira, para morarem nas imediações. Atuou formalmente na Nova Rússia do início da década de 1970 até janeiro de 1985 e, portanto, seu estudo se faz importante para a compreensão da atuação das serrarias locais, inclusive durante a implantação de leis de proteção ambiental, até a criação do Parque ecológico, e sua influência na transformação tanto da paisagem local quanto na vida das comunidades desta região. Palavras-chave: Serraria; São Francisco; Madeira; História Ambiental.

A caça à baleia e o desenvolvimento urbano no Brasil colonial.
Marcella Faustino Fernandes Bacha (UFRJ) 
Resumo: O início da instalação de armações baleeiras no Brasil se deu no ano de 1603, no Recôncavo Baiano. Em 1614, ao perceber a elevada lucratividade desse empreendimento, a coroa portuguesa estabeleceu o monopólio sobre a caça e tornou a baleia um “peixe real”. O principal produto extraído, o óleo, também conhecido como “azeite de peixe”, era mais utilizado para abastecer lampiões na iluminação urbana, influenciando muito o cotidiano colonial brasileiro, visto que, durante a noite, só havia a luz dos lampiões para realizar atividades, se houvesse óleo de baleia para acendê-lo. No período, era grande a dependência de recursos vindos da metrópole e de custo muito elevado. Integrava, ainda, a produção de velas, tecido, tinta e sabão. Tem-se outra utilidade desta matéria prima na construção civil: embora tenha se difundido a ideia de uso como aglutinante, estudos recentes demonstram o equívoco dessa teoria, mas, ainda assim, empregava-se a borra – resíduo ou depósito do cozimento da gordura da baleia – como hidrorrepelente para a edificação, principalmente em locais com umidade elevada. A exploração da baleia teve papel ativo nos primórdios da formação do Brasil, e a caça praticada a partir de então quase levou esses mamíferos à extinção. Palavras-chave: Caça a baleia; Urbanização Brasileira; Baleia como matéria prima.

Grupo de Pesquisas de História Ambiental do Vale do Itajaí: 10 anos historiando o Vale do Itajaí-SC
Martin Stabel Garrote, Gilberto Friedenreich dos Santos, Vanessa Dambrowski (Universidade Regional de Blumenau, Grupo de Pesquisas de História Ambiental do Vale do Itajaí). 
Resumo: Durante as aulas de Geografia Física ministrada pelo professor Gilberto Friedenreich dos Santos em 2003, estudante e professor deram início ao que viria se transformar em um Laboratório de História Ambienta na Universidade Regional de Blumenau. O objetivo do artigo é apresentar a história de formação e desenvolvimento do Grupo de Pesquisas de História Ambiental do Vale do Itajaí - GPHAVI. Foi descrita uma síntese conceitual da História Ambiental, a história do grupo e as atividades de ensino, pesquisa e extensão realizadas de 2004 até 2014.Foram levantadas fontes documentais no acervo do GPHAVI, e estas organizadas cronologicamente construindo um panorama histórico da atuação do grupo em seus 10 anos de existência.O grupo começou a ser pensado em 2001 e em 5 de junho de 2003 foi criado pelos pesquisadores Martin S. Garrote, e Gilberto F. dos Santos. A partir de 2006 passa a integrar o grupo a bióloga Vanessa Dambrowski. Em 2007 o grupo passou a investigar a História Ambiental de: Unidades de Conservação, exploração mineral, madeireira e estudos de povos tradicionais do Vale do Itajaí, assim como realizar atividades de extensão. Em 2014 o GPHAVI passa desenvolver atividades junto com o Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional. Palavras-Chaves: Grupo de Pesquisas de História Ambiental do Vale do Itajaí; História Ambiental; Atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão

Os viajantes do século XIX e suas percepções do meio ambiente no Vale do Itajaí (SC) 
Nícollas Voss Reis (Acadêmico do Curso de História - FURB) 
Resumo: O Vale do Itajaí no século XIX, início da colonização europeia, apresentava um caráter natural que fascinava os viajantes europeus que por ali passavam. Através das práticas da escrita os viajantes registraram observações e investigações muitas vezes com o intuito de publicar em periódicos europeus, contribuindo para a construção da memória coletiva deste processo de imigração, que hoje está disponível para consulta em publicações de artigos, livros e jornais traduzidos. Desta maneira foram levantadas e consultadas diversas publicações, sendo as informações coletadas, exploradas e classificadas sobre um olhar historiográfico que contemplasse as características naturais, considerando os aspectos florísticos, faunísticos, geográficos, paisagísticos e do uso dos recursos naturais. Esses importantes relatos constituem parte das fontes de informações para os estudos da História Ambiental do Vale do Itajaí no século XIX, pois, geralmente apresentam informações e descrições ricas sobre economia, cultura, costumes, crenças, além da paisagem e das relações com o meio natural de um determinado período. A partir destes registros, podemos observar os mais diversos interesses na região do Vale do Itajaí, assim como as mais diversas impressões e representações do meio ambiente. Palavras-chave: Vale do Itajaí; Século XIX; Relatos dos Viajantes; História Ambiental. 

História Oral como suporte no registro de bioindicadores na Microbacia Hidrográfica do Rio Sagrado, Morretes (PR) 
Shimene Feuser (FURB) 
Resumo: A ação do homem sobre o meio ambiente tem provocado uma situação de completa alteração das características naturais, cujo resultado quando somado às problemáticas políticas, sociais e econômicas, tem efeito negativo para saúde pública e qualidade de vida da população. O uso do indicador para alimentação contínua do processo de planejamento, como instrumento de participação e no desenvolvimento de políticas públicas, são pontos cruciais na implantação, manutenção e monitoramento de um plano de desenvolvimento sustentável. Este trabalho teve como objetivo geral o registro de bioindicadores apoiado pela história oral na localidade de Rio Sagrado, Morretes - PR. Objetivos específicos foram divididos em etapas: a) realização de entrevistas com moradores da localidade para obtenção de informações ambientais locais; b) observações in loco e registros para confirmação das informações obtidas; c) identificação de insetos, reconhecendo sua importância como bioindicador. A metodologia consistiu em revisão bibliográfica e obtenção de dados primários através de entrevistas e registros fotográficos. Os resultados evidenciaram a importância deste estudo na demonstração da biodiversidade local, sendo desmatamento e aplicação de defensivos químicos apontados como os maiores conflitos locais. Palavras-chave: bioindicadores; História Oral; Classe insecta; Microbacia hidrográfica do Rio Sagrado. 





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