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domingo, 31 de agosto de 2025
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sábado, 30 de agosto de 2025
Ensino de História Ambiental na Educação Básica: possibilidades.
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domingo, 24 de agosto de 2025
História Ambiental e as guerras: uma dimensão necessária
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Quando nossos estudantes de História pensam a Segunda Guerra Mundial (1939–1945), os temas que aparecem são batalhas, armas, tecnologias, as destruições causadas, o nazifascismo, o Holocausto e as bombas atômicas etc... No entanto, muitas vezes se esquecem dos problemas ambientais decorrentes desses fatores, tanto na produção material que gera a guerra, quanto nos resultados da guerra na transformação das paisagens, nas contaminações geradas pela indústria bélica e nos impactos provocados pelo conflito em si ao longo da história. Vale ressaltar, portanto, que, uma vez que hoje muitos historiadores apontam para a Era do Antropoceno, é necessário, como professores de História ou acadêmicos da área, considerar também a dimensão ambiental.
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Além da borracha, o momento histórico do Brasil durante a Segunda Guerra Mundial também evidencia o papel do ferro no desenvolvimento industrial. A produção de ferro envolve um processo complexo, que gera grandes impactos ambientais e sociais. Durante o conflito, o país tornou-se um importante fornecedor do minério para os Estados Unidos, o que impulsionou avanços na siderurgia nacional por meio do intercâmbio entre os dois países.
Esse movimento levou à criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda (RJ), fruto dos acordos entre o governo Vargas e os norte-americanos. O objetivo era claro: garantir o fornecimento de aço para armas, veículos e navios dos aliados. Esse processo consolidou a mineração e a siderurgia como motores da industrialização brasileira, mas também intensificou impactos ambientais já conhecidos: desmatamento, alteração de paisagens e poluição hídrica decorrente da atividade mineradora.
Além desses casos, há muitos outros exemplos. No Vale do Itajaí, por exemplo, a indústria madeireira expandiu sua atuação ao firmar acordos comerciais com os EUA. Isso levou a uma exploração ainda mais intensa das florestas, incluindo espécies como a canela-sassafrás, utilizada para a produção de safrol. Esses exemplos mostram que, mesmo distante das frentes de combate, o Brasil participou do esforço de guerra por meio da exploração intensiva de seus recursos naturais — e com isso deixou também uma marca na sua História Ambiental.
A Segunda Guerra Mundial não pode ser compreendida apenas como um evento político e militar. Foi também uma guerra contra a natureza. A mobilização de recursos, como a borracha da Amazônia, o ferro das minas brasileiras, a madeira do Vale do Itajaí ou o petróleo do Oriente Médio, etc, mostra que os conflitos armados não se sustentam sem transformar profundamente os ambientes. Estradas, portos, pistas de pouso, indústrias e minas não desapareceram após 1945 e são objetos de estudo assim como cicatrizes ambientais que persistem até hoje.
É por isso que a História Ambiental é fundamental no ensino e na pesquisa histórica. Ela permite que enxerguemos os processos de destruição ecológica não como efeitos colaterais da guerra, mas como parte estrutural de sua lógica. A devastação de florestas, a contaminação de solos e águas, o uso de químicos e metais pesados, a exploração de trabalhadores e territórios, tudo isso produziu prejuízos que atravessam o tempo e ainda recaem sobre o presente.
Para nós, historiadores e professores, integrar a dimensão ambiental no estudo das guerras é mais do que ampliar os temas tratados em sala de aula: é revelar que a disputa pelo controle, uso e modificação dos elementos da natureza é um dos motores centrais da guerra. E, ao mesmo tempo, é uma chave para pensar criticamente os dilemas ambientais do mundo contemporâneo. Afinal, compreender a destruição do passado é condição necessária para construir alternativas mais sustentáveis e evitar que os conflitos de amanhã repitam as catástrofes ambientais de ontem.
BRANTZ, D. (2009). Environments of Death: Trench Warfare on the Western Front, 1914–1918. In C. E. Closmann (Ed.), War and the Environment: Military Destruction in the Modern Age (pp. 68–91). Texas A&M University Press.
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quinta-feira, 7 de agosto de 2025
Novos projetos de Iniciação Científica aprovados pelo PIBIC/CNPq.
Na graduação, tivemos aprovado o projeto “História ambiental e desenvolvimento regional da agropecuária no Vale do Itajaí (SC) na primeira metade do século XX”, vinculado ao projeto-guarda-chuva Agricultura e pecuária: história ambiental e desenvolvimento regional no Vale do Itajaí (SC), coordenado por Gilberto. As orientações serão realizadas em conjunto entre os professores Martin e Gilberto, fortalecendo a troca de experiências entre docentes e discentes.
Esses resultados reforçam a importância da inserção de estudantes da educação básica e superior em atividades de investigação científica, aproximando ensino e pesquisa e ampliando os olhares sobre a História Ambiental no Vale do Itajaí.
sábado, 2 de agosto de 2025
Antropoceno: um novo problema para a História Ambiental!
quinta-feira, 31 de julho de 2025
Mata Atlântica e herança negra: um mergulho na História Ambiental do Parque Estadual dos Três Picos!
https://www.scielo.br/j/asoc/a/YGhPNzy67BLKGWRFJMGgm9j/?format=pdf&lang=pt |
Apesar da devastação imposta pela escravização e pelas monoculturas de cana-de-açúcar e café, que exigiram uma enorme quantidade de mão-de-obra escravizada e desmatamento, a floresta renasceu em muitas áreas, especialmente nas partes mais altas do parque. Hoje, a influência africana no PETP se manifesta não só na floresta e em suas espécies, mas também nas expressões culturais e nos modos de vida das comunidades locais, muitos deles descendentes diretos dos escravizados. Esses territórios negros evidenciam a sobrevivência e a resistência cultural afrodiaspórica que desafiou e sobreviveu ao sistema colonial. No entanto, essas paisagens valiosas e as populações camponesas, muitas delas de origem negra, enfrentam novas ameaças: o avanço de condomínios de luxo, empresas de água mineral, atividades industriais e o turismo desordenado, que colocam em risco tanto a Mata Atlântica quanto sua rica herança cultural.
sexta-feira, 25 de julho de 2025
Blog faz 16 anos
quarta-feira, 23 de julho de 2025
Uma viagem no tempo e no território: explorando as colônias alemãs do Sul do Brasil em 1936
domingo, 20 de julho de 2025
Clima e imigração no Vale do Itajaí no século XIX
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