"Eu sou o que me cerca. Se eu não preservar o que me cerca, eu não me preservo".
José Ortega y Gasset

sábado, 13 de janeiro de 2024

Na história anda a natureza, e na natureza anda a história... um exercício de poética ambiental!



"Sou um historiador caminhante, percorrendo terras onde minha presença ecoa. 
Uma paisagem se revela diante de mim, repleta de natureza, seja urbana, rural ou selvagem. 
A natureza reluz em sua plenitude, pois tudo o que testemunho é ela. 
Ela se entrelaça à minha vida, ao meu caminhar, à minha visão; é parte intrínseca da minha história, pois eu sou ela, somos todos ela!

Assim, não concebo minha história, nossa história, sem essa presença, pois é a natureza que a molda, que dá forma às nossas vivências. Na dança da história, a natureza é a parceira essencial, o palco por onde ela se desenrola, o cenário onde cada capítulo se desdobra.

A história se entrelaça à natureza, e a natureza à história, cada passo que dou é uma página virada, uma narrativa traçada no tecido da terra, nas águas que correm, no sussurro das folhas ao vento. Somos testemunhas e atores nesse grande espetáculo da vida, onde o enredo se desdobra entre montanhas, rios e florestas, onde cada árvore, cada pedra, conta uma história milenar.

Em cada passo, a história se inscreve na terra, na paisagem que me cerca. Na tessitura desse encontro, somos coautores, cada um deixando sua marca no livro aberto do tempo. Pois é na união indissociável entre história e natureza que encontramos a essência da vida, onde cada linha traçada revela o pulsar da existência."


O poema "Na história anda a natureza, e na natureza anda a história" de Martin Stabel Garrote, se expressa uma profunda interconexão entre a história e o ambiente natural, refletindo os princípios fundamentais da História Ambiental. O eu lírico se identifica como um historiador que percorre terras e testemunha a presença onipresente da natureza em diferentes cenários, sejam eles urbanos, rurais ou selvagens. Essa percepção evidencia a centralidade da natureza na sua jornada, ressaltando-a como um elemento essencial em sua vida e na construção das narrativas históricas.

A natureza é apresentada como parte integrante da própria identidade, onde a relação entre o historiador e o meio ambiente é descrita como uma simbiose. Esse olhar reflete a compreensão de que a história não pode ser dissociada da natureza, pois é ela que molda e influencia diretamente as experiências humanas ao longo do tempo.

O poema enfatiza a interdependência entre história e natureza, descrevendo a natureza como um cenário ativo onde os eventos históricos se desenrolam. A integração entre esses dois elementos é retratada como um grande espetáculo da vida, onde cada elemento natural - montanhas, rios, florestas - carrega consigo uma história ancestral.

Cada passo dado pelo historiador é comparado a uma página virada, revelando a narrativa contínua que se desenrola na terra. Essa visão reforça a ideia de que somos participantes ativos na construção da história, deixando nossa marca no tecido do tempo ao interagir com o ambiente natural. 

O poema sugere uma visão holística e integrada da história e da natureza, destacando a importância de compreendermos a história humana como parte de uma narrativa mais ampla que engloba os processos naturais. Essa perspectiva ressalta a intrínseca ligação entre seres humanos e o ambiente, enfatizando a necessidade de preservação e compreensão da natureza para uma compreensão completa da história.

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